CUBO CARD, A MOEDA PARALELA DA ONG 'FORA DO EIXO', BASE DA MILITÂNCIA DO PT, É DENUNCIADA POR COMERCIANTES DE CUIABÁ.
O pacote de notas multicoloridas, semelhantes às de jogos de tabuleiro, enche uma gaveta no caixa do restaurante de José Ignácio Lima, no centro de Cuiabá.
O que os papéis representam, porém, está longe de ser brincadeira. "São R$ 21 mil, ou quase 2.000 refeições, que tento receber há três anos, sem sucesso", diz Lima.
As notas, de 1, 5, 10 e 50, são Cubo Cards, "moeda alternativa" lançada em 2003 pelo Espaço Cubo, um grupo “cultural” que se transformou no Fora do Eixo, sob a liderança do ativista Pablo Capilé.
A foto acima, sem o crédito, bomba nas redes sociais alertando os comerciantes essa “moeda paralela” com a qual a ONG Fora do Eixo paga seus fornecedores.
A entidade dirigida por Capilé, é acusada de deixar um rastro de calotes na praça de Cuiabá.
Pablo Capilé, chefe do Fora do Eixo |
O pacote de notas multicoloridas, semelhantes às de jogos de tabuleiro, enche uma gaveta no caixa do restaurante de José Ignácio Lima, no centro de Cuiabá.
O que os papéis representam, porém, está longe de ser brincadeira. "São R$ 21 mil, ou quase 2.000 refeições, que tento receber há três anos, sem sucesso", diz Lima.
As notas, de 1, 5, 10 e 50, são Cubo Cards, "moeda alternativa" lançada em 2003 pelo Espaço Cubo, grupo cultural mato-grossense que foi o embrião do grupo Fora do Eixo, hoje sediado em São Paulo e com braços pelo país.
O grupo ganhou visibilidade após a revelação de que banca as ações da Mídia Ninja, que cobriu ao vivo, via web, a onda de protestos no país.
Os Cubo Cards eram usados para pagar artistas, produtores e donos de estúdios
"O acordo era que, se aceitasse os Cards como pagamento, eu trocaria parte em dinheiro e receberia parte em propaganda. Fiquei com este monte de papel", diz Lima.
Trato semelhante foi feito com a rede de papelarias de Zerrer Salim, outro "colecionador" involuntário de Cubo Cards. Com R$ 22 mil a receber, ele conta que fechou um acordo com o Fora do Eixo e aceitou um longo parcelamento. "Não adiantou. Recebi apenas R$ 2.000 neste ano."
O rastro de calotes inclui artistas, donos de estúdios musicais e ao menos três hotéis. Um deles acionou na Justiça o líder do grupo, Pablo Capilé, e obteve sentença favorável, ainda não executada.
"Hospedamos 60 pessoas por sete dias e elas simplesmente saíram, não vieram acertar e, mesmo com decisão favorável da Justiça, não recebemos um centavo", diz Faiana Prieto, filha da dona.
O caso ocorreu em 2006, na realização do festival Calango, uma das vitrines do grupo, então apoiado por Estado e Prefeitura de Cuiabá.
Financiado desde 2008 pela Petrobras, o festival foi considerado o maior evento de música alternativa do Centro-Oeste. Na última edição, em 2010, reuniu 40 bandas.
No ano seguinte, foi cancelado e nunca mais aconteceu. A cantora Luciana Bonfim, que se apresentou no evento, diz que calote era a "política oficial". "Até empresas de banheiro químico, de extintores de incêndio e pedreiros ficaram sem receber", diz.
Outro hotel disse que ficou sem receber R$ 5.000 em diárias em 2006, mas que desistiu de cobrar. Para a cineasta Caroline Araújo, esses casos "não são novidade para os cuiabanos". "O Brasil está vendo o que Cuiabá já sabia."
OUTRO LADO
A coordenação do Fora do Eixo disse ter R$ 60 mil em dívidas em Cuiabá, que o valor está em negociação e todos os credores serão pagos.
"Estamos negociando com todos os fornecedores e parcelando as dívidas. E pode ter certeza: uma parte significativa dos agentes culturais no Brasil possui dívidas como essas", disse Lenissa Lenza, responsável pelo braço financeiro, o banco Fora do Eixo.
Diferentemente do que afirmaram os donos da papelaria e do restaurante, Lenza disse que as dívidas do grupo foram parceladas e que os acordos estão em dia.
19 de agosto de 2013
in aluizio amorim
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