"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

CASAIS ESPERTALHÕES, ENRIQUECEM JUNTOS!

Oposição cobra explicações sobre faturamento do escritório da mulher de Cabral
 
Oposição vai cobrar explicações sobre faturamento do escritório da mulher de Sérgio Cabral.  Desde o primeiro mandato do governador, banca de Adriana Ancelmo ganha contas de clientes ligados ao estado e aumenta exponencialmente seu faturamento

                                SORRIAM... VOCÊS ESTÃO SENDO FILMADOS!
A advogada Adriana Anselmo e seu marido, o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral
Cabral e a mulher, Adriana Anselmo, a quem ele chama de Riqueza: ela o representou na posse de desembargadores (Vera Donato/Estadão Conteúdo)
 
 

A oposição a Sérgio Cabral na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) vai cobrar explicações sobre o crescimento no faturamento do escritório Coelho & Ancelmo Advogados Associados, que tem como sócia-presidente a advogada Adriana Ancelmo, mulher do governador. Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, Marcelo Freixo (PSOL) pedirá que o Ministério Público investigue os dados revelados por VEJA desta semana, que mostram a participação expressiva de concessionárias de serviços públicos entre os clientes da empresa. “Os números deixam claro que o número de empresas relacionadas ao estado que passaram a ser clientes do escritório aumentou assustadoramente depois que Cabral assumiu o governo", diz Freixo. "Esse enriquecimento beneficia, direta ou indiretamente, o governador, o que fere a lei de improbidade administrativa.”
 
A reportagem mostra que o progresso no escritório coincide com o início do mandato de Sérgio Cabral. Em 2006, ano em que Cabral foi eleito governador, a empresa tinha tinha receita anual de 2,1 milhões de reais – valor que subiu a para 9,5 milhões de reais no ano passado. Crucial para o sucesso do negócio foi faturamento advindo de concessionárias e prestadoras de serviço ao governo do Rio: atualmente, 60% da receita do escritório de Adriana Ancelmo vêm de honorários recebidos por empresas que, direta ou indiretamente, dependem de pagamentos do estado do Rio. Antes de Cabral assumir o governo do Rio, o valor representava 2%.
Leia também: Os contratos milionários da mulher de Sérgio Cabral
 
Um dos exemplos da mudança ocorrida no escritório Coelho e Ancelmo é a inclusão em seu portfólio de causas de ações trabalhistas da Metrô Rio, concessionária estadual do metrô. Levantamento feito por VEJA mostrou que, antes de Cabral tomar posse, o escritório de Adriana não defendia a concessionária em processos. Hoje, atua em 197 ações desse tipo.
 
O escritório dá a Adriana ganhos mensais de 184.000 reais – valor quase dez vezes superior ao salário do governador do Rio, de 20.600 reais.
 
O deputado Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB) lembrou que, no passado, a OAB não viu ilegalidade no fato de Adriana ser sócia de um escritório de advocacia que tem entre seus clientes empresas relacionadas ao governo. Para o deputado, no entanto, Adriana e seus sócios levam vantagem evidente em relação à concorrencia. “Há no mínimo uma competição desigual, porque outros escritórios não têm a relação de proximidade com o governo que ela tem. Não podemos esquecer que estamos falando de concessionárias do estado. Ninguém pode impedir ninguém de exercer sua profissão, mas o que se está discutindo é uma concessionária contratar uma advogada que é a primeira-dama”, ressalta Luiz Paulo.
 
Para a deputada Janira Rocha (PSOL), os dados publicados por VEJA são suficientes para um pedido de CPI na Alerj. Janira afirmou ao site de VEJA que vai se reunir, na segunda-feira, com parlamentares de oposição para propor a criação da comissão para apurar o que classifica como “favorecimento”. “É, no mínimo, uma imoralidade a primeira-dama ter relações profissionais com concessionárias do estado. O favorecimento está claro. E isso tem que ser apurado em uma CPI”, disse Janira, que também acionará o MP.

19 de agosto de 2013
Veja

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