"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

ESTA SEMANA PODE SE TORNAR A ÚLTIMA ESCALA DE VOO PARA TEMER NO PODER

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Charge do Chico Caruso (O Globo)
É isso. A semana que está começando será extremamente crítica para o presidente da República e pode se tornar a última escala de sua viagem pelo poder. Três fatos se destacam nesse sentido: o relatório Sérgio Zveiter na Comissão de Constituição e Justiça, a aproximação entre Henrique Meirelles e o deputado Rodrigo Maia – reportagem de Bruno Boghossian e Marina Dias, Folha de São Paulo de domingo – e a votação da reforma trabalhista terça-feira pelo Senado Federal.
A rigor, são três capítulos lançados de uma só vez e que têm como a parte mais sensível o enfraquecimento cada vez maior daquele que ocupa ainda o Palácio do Planalto. Ao partir de Hamburgo retornando a Brasília, Michel Temer afirmou estar “tranquilíssimo”. Puro lance no sentido de iludir a opinião pública. Ele não poderia falar outra coisa, mas isso não representa que tenha falado a verdade.
NA CORDA BAMBA – Não é possível alguém situar-se num mar de tranquilidade, quando, ao que tudo indica, sofrerá um impacto no relatório preliminar contra si, a ser destacado na Comissão de Constituição e Justiça e que, sem dúvida, terá repercussão forte no palco político nacional.
Outra realidade que surge está contida na iniciativa de Henrique Meirelles de traçar um cenário de ação econômica com o deputado Rodrigo Maia. Meirelles, no relato de Boghossian e Marina Dias, deseja ainda mais autonomia proposta, que faz num momento de alvorada que deve marcar a sucessão presidencial que se descortina para breve. A conquista de mais espaço, além do que já possui, inclui a direção do BNDES. Ele já tem o Banco Central e o Ministério do Planejamento. Quer mantê-los e une o BNDES à sua área de influência.  São condições para permanecer no revezamento que se projeta na Esplanada de Brasília.
MANCHETE DA ÉPOCA – Além desse elenco de fatos, segundo a manchete da Revista Época que está nas bancas, haverá também comparecimento maciço de deputados para decidir o afastamento ou não do presidente da República. O cenário culmina com praticamente a certeza de que Michel Temer perdeu as condições de governar.
O PSDB, afinal, deve desembarcar do voo do poder. Os sintomas apontam para a escala final de um governo que perdeu a si mesmo. Não se pode esquecer também a hipótese dramática de uma delação de Eduardo Cunha. Uma dose para dinossauro.

10 de julho de 2017
Pedro do Coutto

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