Nenhum problema dura para sempre, mas alguns duram mais que a gente.
Séculos de cultura materialista nos ensinaram a enxergar o mundo material como realidade onipresente e decisiva, em cima da qual a imaginação humana constrói mundos espirituais de existência duvidosa, embora possível, sustentados apenas no desejo ou na “fé”. Essa tornou-se a visão espontânea e usual do homem moderno, incluindo aqueles que se consideram “religiosos”.
No entanto, é uma visão rigorosamente invertida da estrutura da realidade. Uma séria compreensão metafísica do problema leva-nos a entender que, NECESSARIAMENTE, as formas precedem e determinam a matéria, o invisível precede e determina o visível, o oculto precede e determina o manifestado, o latente precede e determina o patente.
A mim me parece ridículo todo ensino de “religião” que não venha antecedido dessa correção de perspectiva, não somente no pensamento, mas na percepção mesma das coisas.
Não faz o menor sentido acrescentar a uma percepção materialista do mundo um adorno sentimental chamado “fé”.
Nesse sentido, qualquer índio formado na cultura original da sua tribo e não afetado pela “civilização” é espiritualmente superior à maioria dos nossos “professores de teologia”, porque, quando ele fala de anjos e demônios, está falando de objetos de experiência, e não de “crença”. Ele sabe que o mundo invisível está presente, às vezes de maneira mais densa do que o visível.
Se tem uma piroca de rinoceronte no seu cu desde o seu nascimento e se destina a permanecer até à sua morte, é melhor você não se preocupar mais com ela e tratar de pensar em coisas factíveis.
Não há lenda mais idiota que a dos progressos da liberdade na democracia moderna. Um pouco de estudo da História social mostrará que havia mais liberdade sob as monarquias absolutas e mais ainda na época anterior a elas, o feudalismo.
Não faz o menor sentido acrescentar a uma percepção materialista do mundo um adorno sentimental chamado “fé”.
Nesse sentido, qualquer índio formado na cultura original da sua tribo e não afetado pela “civilização” é espiritualmente superior à maioria dos nossos “professores de teologia”, porque, quando ele fala de anjos e demônios, está falando de objetos de experiência, e não de “crença”. Ele sabe que o mundo invisível está presente, às vezes de maneira mais densa do que o visível.
Se tem uma piroca de rinoceronte no seu cu desde o seu nascimento e se destina a permanecer até à sua morte, é melhor você não se preocupar mais com ela e tratar de pensar em coisas factíveis.
Não há lenda mais idiota que a dos progressos da liberdade na democracia moderna. Um pouco de estudo da História social mostrará que havia mais liberdade sob as monarquias absolutas e mais ainda na época anterior a elas, o feudalismo.
As liberdades não estavam consagradas na lei, mas existiam e se exerciam. Hoje estão consagradas na lei, mas quem pode exercê-las contra um poder abrangente, controlador de tudo, onipresente e invisível?
Se oferecessem a Luís XIV o projeto de uma máquina para ouvir as conversações dos seus súditos em casa, ele recuaria horrorizado, acreditando que era idéia do demônio.
Até na Rússia, no tempo do tzar, os prisioneiros políticos, no exílio siberiano, moravam em suas próprias casas, tinham o direito de ir e vir e levavam uma vida social normal.
Quem transformou as cidades em campos de batalha e o bombardeio de populações civis em prática usual de guerra não foi nenhum tirano da antiguidade: foram as democracias modernas.
10 de julho de 2017
Olavo de Caravalho
reaça blog
Se oferecessem a Luís XIV o projeto de uma máquina para ouvir as conversações dos seus súditos em casa, ele recuaria horrorizado, acreditando que era idéia do demônio.
Até na Rússia, no tempo do tzar, os prisioneiros políticos, no exílio siberiano, moravam em suas próprias casas, tinham o direito de ir e vir e levavam uma vida social normal.
Quem transformou as cidades em campos de batalha e o bombardeio de populações civis em prática usual de guerra não foi nenhum tirano da antiguidade: foram as democracias modernas.
10 de julho de 2017
Olavo de Caravalho
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