"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 10 de julho de 2017

ÁREA ECONÔMICA COMEÇA A DEIXAR MICHEL TEMER E ACEITAR RODRIGO MAIA


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Charge do Miguel (Jornal do Comércio/PE)
Manchete principal da edição de O Globo deste sábado e matéria também de grande destaque no Estado de São Paulo e Folha de São Paulo, a área econômico-financeira do país – reportagem de Ana Paula Ribeiro, João Sorima Neto e Luciane Carneiro – começa a aceitar a transferência de poder de Temer para Rodrigo Maia, como caminho mais favorável ao atual panorama político do Brasil.
O afastamento do mercado do governo atual retira uma das principais bases de apoio que ainda sustentava o Planalto. Essa movimentação política, inclusive de acordo com Gustavo Uribe, Daniel Carvalho e Talita Fernandes, Folha de São Paulo, motivou até setores governistas que passaram a admitir o afastamento de Michel Temer do poder, mas a permanência da equipe econômica do Ministro Henrique Meirelles numa administração Rodrigo Maia.
DÍVIDA PÚBLICA – O principal ponto de vista dessa corrente governamental projeta-se na manutenção de Henrique Meirelles à frente da Fazenda. Com o afastamento do mercado, principalmente do sistema bancário, que é o principal credor da dívida pública brasileira, que já atinge, como escrevemos recentemente neste site, quatro 4,6 trilhões de reais, incluindo débitos dos Estados, Municípios e estatais, o presidente fica isolado, contando com o apoio apenas de deputados e senadores em margem restrita, ao contrário da maioria que o sustentava a partir do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O atual governo vem sofrendo um processo de diluição através do qual perdeu, acredito, pelo menos 70% de seu poder e de sua base de apoio. Verifica-se esse processo inclusive pela iniciativa da direção nacional do PSDB, hoje nas mãos do Senador Tasso Jereissati, para que a legenda afaste-se da coligação que constituia a base parlamentar do Executivo.
AGRAVAMENTO – O processo crítico ainda tende a se agravar mais, a partir da delação anunciada do ex-deputado Eduardo Cunha. Portanto, em seu retorno de Hamburgo, na realidade Michel Temer encontrou um cenário ainda pior daquele que deixou ao viajar para a Conferência do G 20.
Sua manutenção no Planalto está praticamente por um fio. Sem maioria parlamentar, sem apoio do mercado, na véspera do relatório de Sérgio Zveiter sobre a denúncia de Rodrigo Janot, o atual  presidente da República ingressou no seu crepúsculo político.
O Palácio Alvorada parece que terá em breve um novo ocupante.

10 de julho de 2017
Pedro do Coutto

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