Michel Temer vai até o fim do governo
Não precisa ser bidu para prever que Michel Temer vai terminar seu mandato-tampão – a não ser que tenha um problema de saúde inesperado. Os deuses do mercado – que dão sustentação ao Presidente - estão dando bola nenhuma para o julgamento, no Tribunal Superior Eleitoral, para definir se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.
Os controladores econômicos apostam que Temer será poupado – como já deu a entender o supremo-ministro Gilmar Mendes – “em nome da estabilidade conjuntural”. A “incompetenta Dilma” caiu porque os donos da grana quiseram. Temer ficará no cargo pelo desejo da mesma turma que detém o poder real, manipulando a política e a economia. Os dias sempre foram assim em Bruzundanga...
Gilmar Mendes, presidente do TSE, deve anunciar a retomada do julgamento da chapa Dilma/Temer no dia 25 de maio ou no começo de junho. Gilmar só volta ao Brasil na quinta-feira – pois está em viagem oficial em São Petersburgo, na Rússia, onde participa da 14ª Conferência Europeia de Órgãos de Organização de Eleições. Gilmar já antecipou que deseja resolver tudo até o final do ano. Ontem, o mercado não se abalou com a liberação do processo para julgamento – feita pelo ministro-relator Herman Benjamin.
O caso vai dar uma esquentadinha. Será retomada a fase de coleta de provas com quatro novos depoimentos: do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, do marqueteiro João Santana, da empresária Mônica Moura, e de André Santana, assistente do casal. Nas delações da Lava Jato, os marketeiros comprovaram que ocorreu abuso do poder econômico na eleição de 2014. Temer deve ser poupado, com a ajuda do depoimento deles.
Mônica e João Santana alegaram que Dilma sabia do uso de caixa 2 na sua campanha à reeleição. No entanto, os marketeiros ressalvaram que não trataram de assuntos financeiros com Temer. O vice-procurador-geral eleitoral Nicolao Dino vai usar tais argumentos para justificar o pedido de que Dilma seja considerada inelegível por oito anos. Porém, Temer será poupado. No máximo, se a chapa toda for punida, ele tem a chance de concorrer na eleição indireta que será marcada no Congresso Nacional para garantir o mandato até o fim.
Temer não teme perder o Palácio do Planalto. O foco dele são os negócios. Não é à toa que o governo promoverá nos dias 30 e 31 de maio o Fórum de Investimentos Brasil 2017, no hotel Gran Hyatt, em São Paulo. Já confirmaram presença pesos-pesados do Capitalismo Global: Sergio Marchionne (CEO mundial da Fiat Chrysler), José Antonio Álvarez (Santander) e presidentes da América Latina ou das subsidiárias brasileiras de empresas como GE, ABB, Siemens, Citi, Credit Suisse, Syngenta, Merck, Shell e State Grid.
Organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o evento vai reunir, com empresários daqui e de fora, os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Dyogo de Oliveira (Planejamento), Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Grace Mendonça (Advocacia-Geral da União), Blairo Maggi (Agricultura), Marcos Pereira (Indústria), Fernando Coelho Filho (Minas e Energia) e Ricardo Barros (Saúde).
Temer só deu um sustinho nos rentistas com a promessa de aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda das Pessoas Físicas para R$ 4 mil ou R$ 5 mil. O probleminha é que essa desoneração precisa ser compensada por aumento de outros impostos. Uma das alternativas cogitadas é aumentar a tributação de lucros e dividendos distribuídos aos acionistas de empresas. Outra saída seria cobrar IR sobre lucros de multinacionais que são auferidos no Brasil, porém remetidos, de forma isenta, para o exterior.
Apesar do sustinho, os rentistas não querem Temer fora do Palácio do Planalto. Vale a tese do ruim com ele, pior com outro ainda pior que ele. E assim o Brasil será "reformado", para ficar do mesmo "jeitinho" que sempre...
Inocentão
O juiz Sérgio Moro limitou em até 20 de junho o prazo para que a defesa de Lula apresente as alegações finais no processo do triplex do Guarujá.
Este é o último prazo antes da sentença final, já que Moro também não aceitou 12 novas testemunhas arroladas pelos advogados de Lula.
Ontem, o ex-Presidente e mais 12 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal, na Operação Zelotes, por suposta venda de Medidas Provisórias...
Além do abismo
Megadano
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan
16 de maio de 2017
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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