Os advogados do ex-presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, apresentaram ao juiz Sérgio Moro uma série de documentos que comprovariam a execução de obras no apartamento triplex 164-a do edifício Solaris, no Guarujá, litoral paulista, e em um sítio em Atibaia, no interior de São Paulo. As duas obras fazem parte de processos em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de receber propina da empreiteira.
Além desses documentos, a defesa de Léo Pinheiro anexou cópias de uma agenda eletrônica de celular onde, segundo os advogados, há registros de encontros de Léo Pinheiro com o ex-presidente Lula, com o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto e com o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Há, ainda, cópias de mensagens de texto e emails.
ANÁLISE DE CUSTOS – O documento onde, conforme os advogados, constam as reformas no sítio e no apartamento é uma análise de custos de obras conduzidas pela OAS. A cópia do documento data de outubro de 2014. Léo Pinheiro foi preso pela primeira vez um mês depois da realização desse levantamento pela empresa.
O balanço não aponta valores que foram pagos em cada obra. No entanto, chama a atenção o fato de que a reforma do sítio, na versão dos advogados de Léo Pinheiro, consta como custo da construção de um condomínio no bairro Moóca, em São Paulo.
Léo Pinheiro prometeu entregar esses documentos à Justiça quando prestou depoimento ao juiz federal Sérgio Moro e afirmou que o apartamento no Guarujá estava reservado para o ex-presidente Lula.
LULA NEGA TUDO – A defesa do ex-presidente, no entanto, tem negado que o imóvel pertença a ele. Os advogados de Lula dizem que Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia chegaram a visitar o imóvel, mas desistiram de comprá-lo.
Minutos depois de a defesa de Léo Pinheiro entregar os documentos à Justiça, os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentaram outros documentos que, segundo eles, mostram que o apartamento jamais foi entregue ao cliente deles.
Entre os documentos, constam balanços e demonstrativos financeiros da OAS, bem como cópias da matrícula do prédio do Condomínio Solaris, onde o triplex aparece em nome da empreiteira. Há também uma resposta judicial da OAS à uma ação de cobrança de taxa de condomínio atrasada referente à unidade 164-A, que o MPF alega ter sido usada para pagar propina a Lula. Esse documento data do dia 2 de fevereiro de 2017.
MAIS DOCUMENTOS – O Ministério Público Federal também aproveitaram a oportunidade para juntar mais de 70 novos documentos ao processo. Os procuradores, no entanto, não descreveram quais eram os documentos ou qual a pertinência deles para o julgamento da ação penal contra o ex-presidente Lula e os demais réus.
Todos os novos documentos podem ser usados pelos procuradores do Ministério Público Federal e também pelos advogados de cada um dos réus, que vão analisar e tecer comentários sobre os itens, se acharem que isso é pertinente.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Agora só está faltando a defesa de Lula exigir a carteira de trabalho e o CPF dos operários que fizeram as duas obras. (C.N.)
16 de maio de 2017
Samuel Nunes
G1 PR, Curitiba
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