"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

PILOTO EXPLICA POR QUE OCORREM TANTOS ACIDENTES EM ANGRA, PARATY E UBATUBA


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Muitos acidentes são causados por desrespeito às regras
A propósito do acidente aéreo em Paraty, o experiente piloto Francisco Martins de Andrade escreveu esse desabafo e encaminhou a um grupo de amigos, através de e-mail. Um deles, que é leitor diário da “Tribuna da Internet”, nos repassou o texto, para que seja publicado e ajude que se possa entender o que acontece nas pistas de pouso que funcionam precariamente em Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba, com operação meramente visual, em região onde o litoral é próximo à Serra do Mar e as condições climáticas são adversas, especialmente no verão, em final de tarde.
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VOOS DE ARROGÂNCIA E SUBSERVIÊNCIA
Francisco Martins de Andrade
Quem opera na aviação executiva sabe bem o quão frequentemente são transgredidas as regras de voo visual nas operações em Paraty, Angra e Ubatuba. Basta que as condições meteorológicas se degradem abaixo dos mínimos visuais para que o show de transgressões comece.
Se for em véspera de feriado, ou no último dia do feriado, então vira um show de horrores. Há inúmeros procedimentos mandraques e macetes difundidos entre os pilotos que operam naquela região.
O grande interesse dos patrões e passageiros de táxis aéreos em voar para lá, principalmente no verão e nos feriados, impõe um fator de pressão com o qual os pilotos não tem sabido ou podido lidar de forma saudável.
A facilidade com que a meteorologia se degrada na região, principalmente em épocas quentes e úmidas, somada ao relevo desafiador que impõe severas restrições operacionais aos aeródromos dessas três cidades, completam o quadro de um ambiente potencialmente catastrófico. 
Para piorar, a comunidade de pilotos se habituou a operar com mínimos inacreditáveis nesses lugares, aumentando ainda mais a pressão sobre o piloto que cogite rejeitar uma operação bem no momento de lazer do patrão, quando ele está “alucinado” para usufruir de descanso e diversão com a família, amigos, amante etc.
É claro que essa situação não passaria impune por muito tempo. Todos os anos temos fatalidades por lá. A lista é imensa, longeva. Há bem mais de uma década, ano após ano, ricos tem morrido em caríssimos aviões e helicópteros executivos naquela região. 
O mais chocante é que nem esses eventos extremos tenham sido capazes de mudar a cultura de proprietários e pilotos de aviões executivos. Ambos parecem hipnotizados, em uma relação insana e autodestrutiva, movida a arrogância de um lado e subserviência do outro.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Quanto ao artigo publicado ontem aqui na “Tribuna da Internet”, revelando que a viagem do ministro do Supremo era secretíssima e ele, para despistar, até mandou noticiar que tinha interrompido as férias para voltar ao trabalho em Brasília, reafirmamos que nem os seguranças do Supremo nem a família do ministro sabiam da ida a Paraty. As duas acompanhantes também desconheciam de quem se tratava, não sabiam que estavam com o ministro-relator da Lava Jato. Antes da decolagem, a massagista mandou uma mensagem a uma amiga, dizendo que ia viajar com “um senhor muito distinto”. O resto é folclore. (C.N.)

24 de janeiro de 2017
Carlos Newton

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