O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF que a investigação sobre empresas suspeitas de corrupção na Caixa Econômica Federal seja enviada para o juiz Sergio Moro. Entre as investigadas está o grupo J&F, que inclui a gigante do ramo frigorífico JBS, a BR Vias, do dono da Gol, Henrique Constantino, e a Odebrecht Ambiental. O pedido foi feito ao ministro Teori Zavascki e ainda não teve decisão.
As empresas foram acusadas na delação premiada do ex-vice presidente da Caixa, Fábio Cleto, de terem pago propina em troca da obtenção de recursos do fundo de investimentos do FGTS. Cleto apontou como recebedores da propina ele próprio, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro.
Embora a delação de Cleto não trate de corrupção na Petrobras, Janot aponta conexão do caso com a Lava Jato, por ser a origem da sua delação, e por isso pede que as investigações relacionadas às empresas, citadas como “corruptores”, fiquem na 13ª Vara Federal de Curitiba.
PROPINA – No caso da J&F, a acusação de Cleto é que houve pagamento de propina em troca de um aporte de R$ 940 milhões para a Eldorado, integrante do grupo. O delator também apontou relação entre Joesley Batista, que foi alvo de buscas, e Funaro.
As outras empresas relacionadas são a Haztec, a Aquapolo Ambiental, a BR Vias, a Lamsa (Linha Amarela S.A.), a Brado Logística e a Moura Dubeux Engenharia.
A Procuradoria-Geral da República pede para ser mantida no Supremo apenas a investigação relacionada a Cunha, por ele ter foro privilegiado, e solicita a abertura de novo inquérito para apurar de que forma o peemedebista teria recebido a propina.
OUTRO LADO – Em nota, a J&F diz que as empresas do grupo “estão e estarão sempre à disposição para colaborar com qualquer investigação” e que “reitera todo seu interesse em colaborar com as autoridades”.
A defesa de Cunha diz que o pedido por novo inquérito mostra que a denúncia já movida contra o peemedebista foi “açodada” e sem provas.
A defesa de Funaro afirmou que o pedido de desmembramento “ratifica a absoluta ausência de provas de qualquer ato ilícito”.
A BR Vias diz que não foi notificada. A Brado afirma que as acusações se referem a uma gestão anterior e que abriu auditoria interna. As outras empresas não comentaram ou não responderam.
19 de agosto de 2016
Aguirre TalentoFolha
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