Quem tentar entender a eleição municipal como um plebiscito sobre o impeachment corre o risco de cair do cavalo. O alerta surgiu nesta terça-feira (16), primeiro dia de campanha pelas prefeituras.
O ex-ministro Ciro Gomes desembarcou no Rio para declarar apoio ao candidato do PMDB, Pedro Paulo Teixeira. O encontro selou a aliança de um defensor enérgico de Dilma Rousseff com um deputado que votou a favor de afastá-la da Presidência.
A eleição carioca terá três candidatos que se engajaram na defesa de Dilma: Marcelo Freixo (PSOL), Jandira Feghali (PC do B) e Alessandro Molon (Rede). Ao optar por Pedro Paulo, Ciro embaralha as cartas de quem aposta na nacionalização da disputa.
Pré-candidato ao Planalto em 2018, ele indica que as eleições de outubro podem ignorar as divisões em Brasília para privilegiar temas locais. "Chegamos à conclusão de que o melhor para o Rio é o Pedro Paulo, pouco importa essa contradição da política nacional", disse o pedetista.
A contradição pode importar pouco para Ciro, mas não é pequena. Em discursos e entrevistas, o ex-ministro tem se referido a Michel Temer como "traidor" e "salafrário", entre outros adjetivos. Ex-aliado de Dilma, Pedro Paulo é só elogios ao presidente interino. Já declarou, inclusive, que espera recebê-lo em seu palanque.
Uma curiosa série de coincidências tem pautado o calendário dos magistrados da Lava Jato.
Em março, o juiz Sergio Moro divulgou uma conversa telefônica entre Lula e Dilma na véspera de o ex-presidente assumir a Casa Civil. O grampo tumultuou a posse, radicalizou o ambiente político e acelerou a derrubada do governo.
Nesta segunda (15), o ministro Teori Zavascki autorizou a abertura de inquérito contra Lula e Dilma. O pedido estava em sua mesa desde o início de maio. Foi atendido um dia antes de a presidente afastada ler sua carta contra o impeachment.
19 de agosto de 2016
Bernarodo Mello Franco, Folha de SP
O ex-ministro Ciro Gomes desembarcou no Rio para declarar apoio ao candidato do PMDB, Pedro Paulo Teixeira. O encontro selou a aliança de um defensor enérgico de Dilma Rousseff com um deputado que votou a favor de afastá-la da Presidência.
A eleição carioca terá três candidatos que se engajaram na defesa de Dilma: Marcelo Freixo (PSOL), Jandira Feghali (PC do B) e Alessandro Molon (Rede). Ao optar por Pedro Paulo, Ciro embaralha as cartas de quem aposta na nacionalização da disputa.
Pré-candidato ao Planalto em 2018, ele indica que as eleições de outubro podem ignorar as divisões em Brasília para privilegiar temas locais. "Chegamos à conclusão de que o melhor para o Rio é o Pedro Paulo, pouco importa essa contradição da política nacional", disse o pedetista.
A contradição pode importar pouco para Ciro, mas não é pequena. Em discursos e entrevistas, o ex-ministro tem se referido a Michel Temer como "traidor" e "salafrário", entre outros adjetivos. Ex-aliado de Dilma, Pedro Paulo é só elogios ao presidente interino. Já declarou, inclusive, que espera recebê-lo em seu palanque.
Uma curiosa série de coincidências tem pautado o calendário dos magistrados da Lava Jato.
Em março, o juiz Sergio Moro divulgou uma conversa telefônica entre Lula e Dilma na véspera de o ex-presidente assumir a Casa Civil. O grampo tumultuou a posse, radicalizou o ambiente político e acelerou a derrubada do governo.
Nesta segunda (15), o ministro Teori Zavascki autorizou a abertura de inquérito contra Lula e Dilma. O pedido estava em sua mesa desde o início de maio. Foi atendido um dia antes de a presidente afastada ler sua carta contra o impeachment.
19 de agosto de 2016
Bernarodo Mello Franco, Folha de SP
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