"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

TRATO FEITO

Youssef delata corruptos e devolve bens em troca de no máximo 5 anos em regime fechado.


 
(Folha) Por fornecer nomes e detalhes da participação de políticos e empresários no escândalo da Petrobras e devolver vários bens e dinheiro à União, o doleiro Alberto Youssef receberá do Judiciário uma pena máxima de cinco anos de prisão em regime fechado. Ele tem 47 anos de idade. Os termos dessa troca estão no acordo de delação premiada fechado entre o doleiro e o Ministério Público Federal na Operação Lava Jato, documento já homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki. 

Assinado em 24 de setembro passado entre Youssef e sete representantes do Ministério Público Federal, os detalhes do acordo foram divulgados nesta quarta-feira (21) por determinação do juiz federal de Curitiba, Sergio Moro, o responsável pela Operação Lava Jato. 

Pelo acordo, Youssef aceitou reverter em benefício da União R$ 1,8 milhão em espécie, além de todos os recursos que possam ser encontrados em contas pessoais e de suas empresas. Ele também perde um hotel no município de Aparecida (SP), parte de um hotel em Salvador, seis apartamentos de um hotel em Londrina (PR), um terço de um hotel em Jaú (SP), um imóvel em Camaçari (BA) e parte de outro em Lauro de Freitas (BA). Com exceção do último imóvel, avaliado em R$ 5,3 milhões (50% dele foi devolvido pelo doleiro), não há valores associados às propriedades listadas no documento judicial. 

Youssef também aceitou reverter à União um automóvel Volvo CX60 blindado, ano 2011; um Mercedes Benz CLS 500, ano 2006; e um Tiguan 2.0 blindado, ano 2013/2014. As filhas do doleiro poderão usar os carros blindados no período em que Youssef estiver preso. Mas logo após o fim do cumprimento da pena, os veículos deverão ser leiloados em favor da União. O doleiro também conseguiu o apoio judicial para reverter um imóvel no bairro Vila Nova Conceição, em São Paulo, em benefício de sua ex-mulher. 

Segundo o acordo, Youssef passará no máximo cinco anos preso e, no mínimo, três. Após o cumprimento da pena, seguirá direto para o regime aberto, "mesmo que sem o preenchimento dos requisitos legais". Mas poderá perder o benefício caso se comporte em desacordo com a lei. Não é possível saber quanto tempo ele ficaria preso caso não tivesse feito acordo de delação e fosse condenado pelos crimes em que é acusado. 

POLÍTICOS
 
No documento, o ministro Teori Zavascki escreveu que, "dos documentos juntados com o pedido [de delação] é possível constatar que, efetivamente, há elementos indicativos, a partir dos termos do depoimento de possível envolvimento de várias autoridades detentoras de prerrogativa de foro perante tribunais superiores, inclusive de parlamentares federais". 

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Cosa, que também fez acordo de delação premiada na Lava Jato, estimou que entre 35 a 40 parlamentares tenham sido mencionados em seus depoimentos. Ainda não foi divulgado quantos parlamentares foram mencionados por Alberto Youssef em sua delação, que corre em segredo de Justiça no Supremo. 

Segundo o acordo de delação, Youssef tinha que entregar os nomes de todos os outros participantes do esquema, detalhar o máximo possível o modo de operação dos crimes de que participou e fornecer o maior número de documentos que comprovem as informações que repassou ao Judiciário. 

Nos anos 2000, após ser flagrado no escândalo do Banestado (banco estadual do Paraná, depois privatizado), o doleiro também assinou um acordo de delação premiada. Ao voltar a cometer crimes financeiros no caso Petrobras, Youssef havia perdido os benefícios daquele seu primeiro acerto. O novo acordo zera as pendências da primeira delação.

22 de janeiro de 2015
Folha
in coroneLeaks

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