Num almoço na última sexta-feira (24) com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, falei sobre a lista de problemas que Dilma Rousseff teria caso fosse reeleita.
Cassações de congressistas por causa da Operação Lava Jato. Empreiteiros encrencados na Justiça. Petrobras desmoralizada. Economia parada e grande insatisfação social num Brasil dividido pelas urnas. Enfim, 2015 será um inferno.
Cassações de congressistas por causa da Operação Lava Jato. Empreiteiros encrencados na Justiça. Petrobras desmoralizada. Economia parada e grande insatisfação social num Brasil dividido pelas urnas. Enfim, 2015 será um inferno.
Rui Falcão ouviu e ponderou: “Nós vamos ter problemas de verdade se perdermos a eleição no domingo”.
É verdade. Ganhar é sempre melhor do que perder. Afinal, o PT ficaria muito mais fragilizado fora do governo durante a investigação de atos de corrupção na Petrobras. Ainda assim, a vitória de Dilma não ameniza o cenário pouco amigável de 2015.
Um aspecto que me parece mais relevante é a mobilização anti-PT que emergiu no final do processo eleitoral. Como repórter, acompanhei todas as sete disputas presidenciais diretas desde 1989. Nunca havia visto manifestações tão efusivas nas ruas contra as políticas petistas.
DIVISÃO AO MEIO
Tudo bem que no dia seguinte ao da eleição só uns 30 gatos pingados apareceram para protestar contra Dilma Rousseff num ato em São Paulo. Mas seria rejeitar um fato da realidade ignorar a divisão quase ao meio do eleitorado. Dilma teve 54,5 milhões de votos contra 51 milhões do tucano Aécio Neves. Como mostrou a Folha, não se trata de um racha geográfico, com um país vermelho no norte e outro azul no sul. A polarização está por todas as regiões.
A dúvida é se os que foram às ruas nas últimas semanas para protestar contra o PT terão fôlego para fazer o mesmo em 2015. A chave de tudo será o estado da economia e a sensação geral de bem estar dos brasileiros.
Ao não oferecer respostas imediatas e claras sobre como fará o Brasil voltar a crescer, Dilma emite sinais ambíguos sobre o ano que vem. Credibilidade demora a ser construída e o país está quase parando.
31 de outubro de 2014
Fernando Rodrigues
Folha
É verdade. Ganhar é sempre melhor do que perder. Afinal, o PT ficaria muito mais fragilizado fora do governo durante a investigação de atos de corrupção na Petrobras. Ainda assim, a vitória de Dilma não ameniza o cenário pouco amigável de 2015.
Um aspecto que me parece mais relevante é a mobilização anti-PT que emergiu no final do processo eleitoral. Como repórter, acompanhei todas as sete disputas presidenciais diretas desde 1989. Nunca havia visto manifestações tão efusivas nas ruas contra as políticas petistas.
DIVISÃO AO MEIO
Tudo bem que no dia seguinte ao da eleição só uns 30 gatos pingados apareceram para protestar contra Dilma Rousseff num ato em São Paulo. Mas seria rejeitar um fato da realidade ignorar a divisão quase ao meio do eleitorado. Dilma teve 54,5 milhões de votos contra 51 milhões do tucano Aécio Neves. Como mostrou a Folha, não se trata de um racha geográfico, com um país vermelho no norte e outro azul no sul. A polarização está por todas as regiões.
A dúvida é se os que foram às ruas nas últimas semanas para protestar contra o PT terão fôlego para fazer o mesmo em 2015. A chave de tudo será o estado da economia e a sensação geral de bem estar dos brasileiros.
Ao não oferecer respostas imediatas e claras sobre como fará o Brasil voltar a crescer, Dilma emite sinais ambíguos sobre o ano que vem. Credibilidade demora a ser construída e o país está quase parando.
31 de outubro de 2014
Fernando Rodrigues
Folha
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