"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

PLANO REAL FEZ 20 ANOS EM 1o. JULHO SOB AMEAÇA DE SER DESTRUÍDO PELO PT

E POR ISSO A ECONOMIA VOLTA AO CENTRO DO DEBATE NA CAMPANHA ELEITORAL
Fernando Henrique Cardoso, há 20 anos, anunciando o Real, o plano econômico mais bem sucedido da história do Brasil que os desgovernos do PT tentam destruir.
Vinte anos depois de seu lançamento, em primeiro de julho de 1994, o Plano Real não só é celebrado como o início de um período de estabilidade econômica sem precedentes para o país, mas também como um norte a ser perseguido pelo candidato que assumir a Presidência da República em 1º de janeiro de 2015.
Se há poucos anos era impensável a hipótese de que um governo pudesse permitir que os pilares do tripé econômico que sustenta o real se deteriorassem, hoje, trata-se da realidade.
Com a inflação persistente há pelo menos cinco anos e a gastança pública desenfreada, os candidatos têm pela frente um caminho árduo, porém, claro: mostrar como e quando conseguirão trazer a economia brasileira de volta ao rumo.
Com exceção da candidata Dilma Rousseff, cujo governo foi o principal autor da derrapada econômica, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) têm se valido justamente do argumento de restaurar os pilares econômicos para que o país consiga retomar sua trajetória de crescimento.
O ponto positivo do debate é que o resgate dos fundamentos é uma demanda da sociedade, e não apenas um item do programa de governo dos candidatos.
Não à toa, a origem dos protestos que tomaram o país em 2013 (e continuam ainda hoje) é justamente o aumento dos preços aliado aos gastos públicos descontrolados — em especial na construção de estádios. Reverter tal corrente mostra-se um desafio difícil — mas absolutamente necessário. 
 
Nova matriz — Se o bem-sucedido plano ajudou o então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, a eleger-se presidente, a ameaça de pôr em risco o equilíbrio econômico conquistado a duras penas pode ser uma das principais pedras no sapato para a reeleição de Dilma Rousseff.
O governo Dilma, além de se negar a reconhecer os feitos do plano, implantou o que o PT chamou de "nova matriz econômica", que consiste num modelo de estímulo ao consumo como forma de impulsionar o crescimento.
O governo Lula já havia testado seus limites nesta seara, em especial após a crise financeira de 2008, como forma de frear a desaceleração econômica decorrente da conjuntura internacional.
Em outra frente de ação, Lula se mostrou um pai generosíssimo para diversas companhias que, graças a injeções inexplicáveis de dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), se tornaram gigantes.
Os juros destes aportes eram subsidiados pelo Tesouro Nacional, ou seja, com dinheiro sacado do caixa da União.
 
Contudo, a gestão atual levou a "nova matriz" a outro patamar — muito mais sofisticado. Para não ter de abrir mão da política fiscal frouxa diante da inflação crescente, o governo passou a usar a Petrobras como ferramenta de controle de preços, impedindo que a estatal repassasse ao mercado a variação do barril do petróleo.
Os reajustes só ocorreram quando as finanças da empresa se mostraram insustentáveis. No caso do setor elétrico, um pacote desenhado com o objetivo de cortar a conta de luz em quase 20%, também com o objetivo de conter a inflação, conseguiu desagradar a todos os atores da sociedade em questão de meses. Primeiro, aos empresários que viram seus contratos virarem pó.
Depois, aos próprios consumidores que recebem desde o início deste ano os primeiros reajustes represados pelo pacote petista.
No lado das contas públicas, medidas de contabilidade criativa minaram a credibilidade do governo diante do mercado externo, fazendo com que o país entrasse numa espiral de pessimismo e desconfiança.
 
Promessas — Enquanto Dilma tem, apesar de tudo, defendido a nova matriz e reafirmado que seu modelo de governo trouxe ganhos ao país, os candidatos de oposição disparam críticas severas. 
Ambos fazem promessas de implantar reformas para que o país retome o viés de crescimento, de combater a inflação elevada e reestabelecer o equilíbrio fiscal. No último sábado, quando foi oficializado candidato pelo PSB, Campos comprometeu-se a tirar o país do "atoleiro" em que está. 
"É um país que não merecemos depois de tanto esforço do povo brasileiro. Pois, pela primeira vez na história recente da democracia, veremos um presidente entregar o país pior do que recebeu", disse o candidato.

A exemplo do adversário tucano, o pernambucano se comprometeu a promover uma reforma tributária em seu primeiro ano de governo, caso seja eleito. Aécio, por sua vez, afirmou que se a equipe econômica liderada por FHC conseguiu vencer o dragão inflacionário nos anos 1990, não há razão para crer que o feito não será repetido, sobretudo porque o cenário está longe de ser tão grave como há vinte anos. 
O tucano também não tem poupado Dilma pelos estragos feitos na área econômica. "Com a determinação do presidente Itamar Franco e com a liderança inconteste de FHC transformamos a realidade brasileira, com o Plano Real, quando quase ninguém acreditava ser possível", disse, ao ser lançado candidato pelo PSDB, no final de junho.

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02 de julho de 2014
 

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