Completa 20 anos hoje o Plano Real, o programa de reformas econômicas e de estabilização da moeda que pôs fim à indexação da economia, livrou o país das armadilhas de uma hiperinflação e permitiu aos brasileiros conviver com duas décadas consecutivas de estabilidade, depois de cinco tentativas fracassadas.
Isso ocorreu porque o programa foi adotado de forma engenhosa e contou com o respaldo de uma série de reformas, o que teve como efeito colateral a eleição do então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso para a Presidência da República. Independentemente de conotações políticas, que se ampliam com a coincidência entre o aniversário e a campanha presidencial, o fato é que o Real se transformou num patrimônio a ser preservado, o que depende agora da ousadia de um novo ciclo de reformas.
Não foram poucas as dificuldades que antecederam a implantação do plano e as que se mantêm até hoje. No início dos anos 90 do século passado, o custo de vida chegou a alcançar 83% ao mês e quase 5.000% em 12 meses. No dia a dia, o descontrole implicava tensão permanente, pois exigia maratonas diárias aos bancos, numa tentativa de preservar os ganhos salariais, e aos supermercados, para fazer estoque de gêneros essenciais. Ainda assim, foi preciso enfrentar as resistências às mudanças por parte da oposição e até mesmo de aliados do governo.
A redução da inflação a níveis civilizados assegurou uma melhoria geral nos ganhos, permitindo aos consumidores programar melhor o seu futuro, com a volta do crédito de longo prazo, agora sem a ameaça de sobressaltos financeiros. Ainda assim, a inflação em torno de 6% ao ano continua elevada demais para uma economia estabilizada e só não é maior porque algumas tarifas estão represadas. E a taxa de juros, mesmo tendo despencado depois de debelada a hiperinflação, encontra-se em patamares inaceitáveis.
Depois de transformar o Real numa conquista dos brasileiros, o país precisa assegurar agora taxas menores de inflação e de juros, o que vai depender de mais reformas estruturais. As mudanças, que são pressuposto para o crescimento, só ocorrerão se os políticos se sentirem pressionados a aprová-las pela sociedade.
Isso ocorreu porque o programa foi adotado de forma engenhosa e contou com o respaldo de uma série de reformas, o que teve como efeito colateral a eleição do então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso para a Presidência da República. Independentemente de conotações políticas, que se ampliam com a coincidência entre o aniversário e a campanha presidencial, o fato é que o Real se transformou num patrimônio a ser preservado, o que depende agora da ousadia de um novo ciclo de reformas.
Não foram poucas as dificuldades que antecederam a implantação do plano e as que se mantêm até hoje. No início dos anos 90 do século passado, o custo de vida chegou a alcançar 83% ao mês e quase 5.000% em 12 meses. No dia a dia, o descontrole implicava tensão permanente, pois exigia maratonas diárias aos bancos, numa tentativa de preservar os ganhos salariais, e aos supermercados, para fazer estoque de gêneros essenciais. Ainda assim, foi preciso enfrentar as resistências às mudanças por parte da oposição e até mesmo de aliados do governo.
A redução da inflação a níveis civilizados assegurou uma melhoria geral nos ganhos, permitindo aos consumidores programar melhor o seu futuro, com a volta do crédito de longo prazo, agora sem a ameaça de sobressaltos financeiros. Ainda assim, a inflação em torno de 6% ao ano continua elevada demais para uma economia estabilizada e só não é maior porque algumas tarifas estão represadas. E a taxa de juros, mesmo tendo despencado depois de debelada a hiperinflação, encontra-se em patamares inaceitáveis.
Depois de transformar o Real numa conquista dos brasileiros, o país precisa assegurar agora taxas menores de inflação e de juros, o que vai depender de mais reformas estruturais. As mudanças, que são pressuposto para o crescimento, só ocorrerão se os políticos se sentirem pressionados a aprová-las pela sociedade.
02 de julho de 2014
Editorial Zero Hora
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