NOVA YORK - O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou, nesta terça-feira, 8, que o partido não tentou aproximação com a ex-senadora Marina Silva, que anunciou no sábado, 5, sua filiação ao PSB, de Eduardo Campos.
O senador concedeu entrevista coletiva antes de participar de palestra com investidores internacionais em Nova York, promovida pelo banco BTG Pactual.
Perguntado se ele havia tentado algum tipo de aproximação, Aécio respondeu “não ter havido” essa possibilidade. “Ela tomou uma decisão que nós respeitamos, até porque ela encontra maiores afinidades com o PSB. Foi uma decisão tomada por ela, que não demandou sequer articulação do próprio PSB. Quando ela se encontrou com o Eduardo, segundo ele próprio, ela já tinha tomado a decisão”, disse o senador.
Oposição mais forte
Apesar de considerar a aliança entre Marina e Campos “surpreendente”, em um primeiro momento, Aécio acredita que isso trará vigor à oposição. “Estamos falando de dois nomes que vieram das costelas do PT, ambos foram ministros do governo Lula e, hoje, atuam no campo oposicionista”.
Para ele, a união é uma “demonstração clara” da fragilização do modelo do PT, que tem levado o país a um crescimento econômico “pífio”, com a inflação voltando a crescer e a estagnação de indicadores sociais.
“Acho que a presença tanto de Eduardo como a de Marina no campo oposicionista deve ser saudada por nós como algo que prenuncia o fim desse ciclo de governo do PT”, disse a jornalistas.
Bem-vindos
Questionado se, ao fortalecer a oposição, a união dos dois políticos não poderia tirar votos do PSDB, Aécio disse que “qualquer força política que venha militar no campo da oposição tem que ser saudada”. “Se ambos os nomes se colocam em posição de disputar contrariamente à vontade expressa do PT, eu não posso achar isso ruim”, disse.
Para o senador, cabe ao PSDB ser claro nas suas propostas, mostrar que é possível retomar um ciclo de crescimento e controlar efetivamente a inflação. “Fazer aquilo que nós fizemos. Discurso claro de oposição é o PSDB. Eu dou as boas vindas a Eduardo e Marina, agora no front oposicionista, e acho que a campanha deixará de ter aquele maniqueísmo que sempre atendeu aos interesses do PT”.
09 de outubro de 2013
Juliana Ennes, para o Valor
Nenhum comentário:
Postar um comentário