A bacia de social
No começo de 1945, a guerra acabava, a União Soviética avançava sobre Berlim, a ditadura Vargas se desmanchava, a oposição criava a UDN em torno de Eduardo Gomes e os comunistas saíam da toca e exigiam legalidade e anistia para Luís Carlos Prestes e todos os presos.
Os interventores Benedito Valadares de Minas, Fernando Costa de São Paulo, Agamenon Magalhães de Pernambuco, Amaral Peixoto do Estado do Rio, o prefeito de Belo Horizonte Juscelino Kubitschek e o prefeito do Rio Henrique Dodsworth começaram a reunir-se no apartamento de Benedito, no Rio, para criarem o partido do governo.
Qual o nome?
- Partido Democrático.
Benedito, que só era burro para a UDN mineira, propôs:
- Olhem para a Europa. Os tempos são outros. Vamos botar uma pitada de social nisso aí. Vamos chamar o partido de Social Democrático.
E um pernambucano ilustre, Barbosa Lima Sobrinho, amigo de Agamenon Magalhães, redigiu o primeiro programa do PSD (que nasceu em 17 de julho de 45) com “uma pitada de social”. Jogaram a UDN para a direita, de onde nunca conseguiu sair e onde morreu e se enterrou.
O NOVO
Mais de meio século depois, o governador de Pernambuco Eduardo Campos,, presidente do PSB (Partido Socialista Brasileiro), e a ex-senadora e -ministra Marina Silva, fundadora da REDE Sustentabilidade, deram ao pais uma lição magistral da verdadeira política. Jogaram na campanha de 2014 não “uma pitada”, mas “uma bacia” de social, de democracia, seriedade, honestidade, não-corrupção, não-mensalão, não-Chavez, não-Lula, não-PT.
A juventude que foi às ruas cantando esperanças, a Nação que foi às praças sangrando desesperanças, têm em quem votar. Tenho em quem votar.
Esperamos que Campos e Marina compreendam a responsabilidade que o pais pôs em suas mãos. Duda Mendonça, metade baiano metade gênio, avisou há um mês: – “Quem vai ganhar a eleição de 2014 é o novo”.
O novo chegou. Tem nomes: Eduardo Campos e Marina Silva.
O VELHO
1.-A ação política deixou de ser ideológica e passou a ser financeira. Os rumos mercantilistas e pragmáticos tornaram-se fato normalíssimo na vida política . Os partidos tradicionais se descaracterizaram e o balcão de negócios partidários se multiplicou com a criação de partidos de aluguel. Fez-se atividade de alto rendimento financeiro, alimentando o apetite pantagruélico dos oportunistas e estelionatários da política. Entre São Paulo e Brasília um advogado gaba-se de já ter criado sete partidos.
2.- Em 2013, 32 partidos receberão R$ 332 milhões do Fundo Partidário (financiado com dinheiro do contribuinte). Nos últimos dez anos (2003 a 2012), os partidos receberam R$ 2,3 bilhões do Fundo Partidário. Transformou-se em negócio seguro e de rentabilidade garantida. Além desses recursos, incorporam ao seu patrimônio o mercado supervalorizado do tempo de TV, a que têm direito desde que criados, e transacionados na escala de milhões nos momentos eleitorais. Nas eleições municipais de 2012, os partidos movimentaram, em arrecadação, oficialmente, R$ 1 bilhão. O “filet-mignon” ocorre nas eleições para governadores e presidente, quando atinge cifras estratosféricas.
BASE ALIADA
3.-Nos últimos 20 anos, os governos Fernando Henrique, Lula e Dilma, usaram essa parafernália partidária para formar a chamada “base aliada”. Sem doutrinas nem princípios, abjurando valores, apoiam qualquer governo de plantão, ocupando posições destacadas no Executivo. Daí a multiplicação de ministérios de fachada e negócios. Atualmente são 39.
A chamada “base aliada” frequenta o cotidiano da imprensa nacional, com denúncias diárias de escândalos e desvios dos recursos públicos. Atônita e perplexa a sociedade não se sente representada pela grande maioria dos parlamentares. As vozes resistentes são marginalizadas. O quase desencanto frequenta o cotidiano dos parlamentares éticos e sérios.
4.-Começando em 1946, quando cobriu a Constituinte no Palácio Tiradentes, no Rio, e testemunhou o nascer de Brasília, o brilhante jornalista Rubem Azevedo Lima, nosso venerando e incomparável decano, lamenta:
- “Oposição era oposição e governo governo. A briga agora é por cargos e verbas. O plenário perdeu a graça. A inteligência entrou em colapso. A cúpula dos partidos faz hoje acertos que eram impensáveis no passado”.
No começo de 1945, a guerra acabava, a União Soviética avançava sobre Berlim, a ditadura Vargas se desmanchava, a oposição criava a UDN em torno de Eduardo Gomes e os comunistas saíam da toca e exigiam legalidade e anistia para Luís Carlos Prestes e todos os presos.
Os interventores Benedito Valadares de Minas, Fernando Costa de São Paulo, Agamenon Magalhães de Pernambuco, Amaral Peixoto do Estado do Rio, o prefeito de Belo Horizonte Juscelino Kubitschek e o prefeito do Rio Henrique Dodsworth começaram a reunir-se no apartamento de Benedito, no Rio, para criarem o partido do governo.
Qual o nome?
- Partido Democrático.
Benedito, que só era burro para a UDN mineira, propôs:
- Olhem para a Europa. Os tempos são outros. Vamos botar uma pitada de social nisso aí. Vamos chamar o partido de Social Democrático.
E um pernambucano ilustre, Barbosa Lima Sobrinho, amigo de Agamenon Magalhães, redigiu o primeiro programa do PSD (que nasceu em 17 de julho de 45) com “uma pitada de social”. Jogaram a UDN para a direita, de onde nunca conseguiu sair e onde morreu e se enterrou.
O NOVO
Mais de meio século depois, o governador de Pernambuco Eduardo Campos,, presidente do PSB (Partido Socialista Brasileiro), e a ex-senadora e -ministra Marina Silva, fundadora da REDE Sustentabilidade, deram ao pais uma lição magistral da verdadeira política. Jogaram na campanha de 2014 não “uma pitada”, mas “uma bacia” de social, de democracia, seriedade, honestidade, não-corrupção, não-mensalão, não-Chavez, não-Lula, não-PT.
A juventude que foi às ruas cantando esperanças, a Nação que foi às praças sangrando desesperanças, têm em quem votar. Tenho em quem votar.
Esperamos que Campos e Marina compreendam a responsabilidade que o pais pôs em suas mãos. Duda Mendonça, metade baiano metade gênio, avisou há um mês: – “Quem vai ganhar a eleição de 2014 é o novo”.
O novo chegou. Tem nomes: Eduardo Campos e Marina Silva.
O VELHO
1.-A ação política deixou de ser ideológica e passou a ser financeira. Os rumos mercantilistas e pragmáticos tornaram-se fato normalíssimo na vida política . Os partidos tradicionais se descaracterizaram e o balcão de negócios partidários se multiplicou com a criação de partidos de aluguel. Fez-se atividade de alto rendimento financeiro, alimentando o apetite pantagruélico dos oportunistas e estelionatários da política. Entre São Paulo e Brasília um advogado gaba-se de já ter criado sete partidos.
2.- Em 2013, 32 partidos receberão R$ 332 milhões do Fundo Partidário (financiado com dinheiro do contribuinte). Nos últimos dez anos (2003 a 2012), os partidos receberam R$ 2,3 bilhões do Fundo Partidário. Transformou-se em negócio seguro e de rentabilidade garantida. Além desses recursos, incorporam ao seu patrimônio o mercado supervalorizado do tempo de TV, a que têm direito desde que criados, e transacionados na escala de milhões nos momentos eleitorais. Nas eleições municipais de 2012, os partidos movimentaram, em arrecadação, oficialmente, R$ 1 bilhão. O “filet-mignon” ocorre nas eleições para governadores e presidente, quando atinge cifras estratosféricas.
BASE ALIADA
3.-Nos últimos 20 anos, os governos Fernando Henrique, Lula e Dilma, usaram essa parafernália partidária para formar a chamada “base aliada”. Sem doutrinas nem princípios, abjurando valores, apoiam qualquer governo de plantão, ocupando posições destacadas no Executivo. Daí a multiplicação de ministérios de fachada e negócios. Atualmente são 39.
A chamada “base aliada” frequenta o cotidiano da imprensa nacional, com denúncias diárias de escândalos e desvios dos recursos públicos. Atônita e perplexa a sociedade não se sente representada pela grande maioria dos parlamentares. As vozes resistentes são marginalizadas. O quase desencanto frequenta o cotidiano dos parlamentares éticos e sérios.
4.-Começando em 1946, quando cobriu a Constituinte no Palácio Tiradentes, no Rio, e testemunhou o nascer de Brasília, o brilhante jornalista Rubem Azevedo Lima, nosso venerando e incomparável decano, lamenta:
- “Oposição era oposição e governo governo. A briga agora é por cargos e verbas. O plenário perdeu a graça. A inteligência entrou em colapso. A cúpula dos partidos faz hoje acertos que eram impensáveis no passado”.
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