"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

CAMPOS DIZ QUE ADVERSÁRIOS TENTAM ENFRAQUECER A ALIANÇA COM A REDE DE FORMA 'DESESPERADA'

À rádio CBN, governador de Pernambuco disse que jogá-lo contra Marina Silva é ‘completamente impossível’
  • Campos negou, ainda, que haja contradição interna para decidir chapa para as eleições do ano que vem
 

Marina e Campos com políticos do PSB e da Rede, no anúncio da aliança, sábado, em Brasília Foto: André Coelho/ O Globo/05-10-2013
Marina e Campos com políticos do PSB e da Rede, no anúncio da aliança,
sábado, em Brasília André Coelho/ O Globo/05-10-2013
 
Em entrevista à rádio CBN na manhã desta quarta-feira, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, acusou os adversários de tentarem minar, de forma “desesperada”, a parceria do PSB com a Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, e disse que jogá-lo contra Marina, ou vice-versa, é um cenário “completamente impossível”. Sobre a aliança socialista com o líder ruralista Ronaldo Caiado (DEM-GO), Campos disse que há alianças regionais sendo delineadas, mas que elas não envolvem Marina ou o próprio governador, e nem o bloco PSB-Rede.
 
— Nesse momento, aqueles que estão incomodados com o surgimento de um caminho, de uma aliança que voltou a animar a política brasileira, procuram de todas as formas, até meio desesperadas, tentar atrapalhar essa construção de maneiras muito precárias e elementares. Uma é imaginar que vai me jogar contra a Marina, ou a Marina contra mim, o que é completamente impossível. Quem dá um passo como esse tem como referência o interesse público, a necessidade de fazer política colocando não só ideias, mas um pensamento renovador, que mostre que é possível fazer política sem pensar na próxima eleição, isso é que fica. Outra tentativa é buscar alianças regionais que porventura estavam sendo desenhadas, que sequer tiveram participação nem da Marina, nem minha, para colocar como uma contradição, esse é outro caminho furado — disse Campos.
O presidente nacional do PSB negou que haja aliança com o deputado Ronaldo Caiado, do DEM, um dos maiores articuladores da votação do Código Florestal, o que bate de frente com o programa dos ambientalistas da Rede. De acordo com Campos, o que existe é um quadro específico no Goiás, onde o PSB integra o bloco da oposição, e que a aliança com a Rede pode mudar o curso do debate nos estados:
 
— Não há nenhuma aliança com o Ronaldo Caiado desse conjunto do PSB e da Rede, existe um quadro no Goiás, de um conjunto de partidos na oposição ao PMDB e ao PSDB que vinham discutindo e que, claro, com a aliança PSB-Rede, isso vai mudar o curso do debate na política nacional e nos estados.
 
Perguntado sobre a candidatura do bloco ao Planalto e se Marina Silva poderá ser candidata a presidente no lugar de Campos, o governador limitou-se a dizer que não haverá problema em decidir chapa para 2014 e que não há contradição interna nesse sentido.
 
— O que não tem volta é que o PSB e Rede vão estar juntos, sintonizados, e vamos apresentar ao Brasil um caminho, isso está decidido. Nós não vamos ter nenhum problema em decidir chapa em 2014, está redondamente enganado quem imaginar que existe essa contradição aqui dentro. Pelo contrário, existe uma grande unidade entre PSB e a Rede, entre a minha posição e a posição de Marina. O que nos desafia nesse momento é a gente aprofundar o debate sobre uma plataforma a ser apresentada ao país e nós vamos estar muito juntos, sintonizados em torno desse programa para fazer um debate sobre a vida brasileira com os brasileiros, vencer essa coisa do bipartidarismo. Não podemos resolver o problema do país que queremos construir na próxima década num ‘nós e eles’. É bom para a vida pública brasileira que existam vários caminhos discutindo o país, vários olhares.
 
Campos comentou ainda a declaração do ex-presidente Lula de que a aliança PSB-Rede teria sido um “soco no fígado” e disse que tentou conversar com o presidente antes do anúncio oficial da aliança.
 
— Ele até desmentiu isso, na verdade procurei avisá-lo antes de vazar essas conversas, elas começaram a acontecer na sexta à noite, e na segunda pela manhã, antes da entrevista coletiva, tentei contato com o presidente Lula, mas ele estava fora de São Paulo, me parece, e não foi possível. Depois, como a notícia vazou, virou pública, não tinha mais sentido o meu telefonema — completou.
 
Paulinho defende união das oposições

O deputado Paulo Pereira da Silva (SDD-SP), o Paulinho da Força, comentou a declaração de Campos de que o governo tentou minar a aliança com Marina.
 
- O governo tentou sufocar a Marina e estava tentando destruir o PSB, tirando gente de lá. Foi uma jogada política de mestre, espetacular, recolocou o jogo – afirmou o deputado hoje.
 
O deputado destacou que a oposição deve se unir e se fortalecer, qualquer seja o cenário das eleições, com Marina ou Campos se candidatando à presidente no ano que vem.
 
- Para mim, Aécio e Eduardo Campos tem que ter as mesmas condições na disputa e fazer, antes, um acordo para quem for ao segundo turno. Não tem importância quem vai ser o candidato, se o Eduardo ou a Marina, o importante é fortalecer o campo da oposição – disse. - Eu sou muito próximo do Aécio, tem companheiros meus nos partidos que são próximos do Eduardo Campos. O que eu quero é ajudar a construir o campo de oposição. Com quem vamos estar, não é hora de discutir.
 
O deputado Danilo Fortes (PMDB-CE) comemorou a união de Eduardo e Marina e disse que é muito bom tem mais opções de palanques nos estados.
 
- Se o PT não quiser vir com a gente no Ceará, não quer o nosso palanque, tem outros que podem querer. O lance do Eduardo e da Marina foi bom porque oxigena a política.

09 de outubro de 2013
O GLOBO

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