"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

PSB ENQUADRA REDE DE MARINA NA VELHA POLÍTICA


 
Treze dias após o anúncio da aliança entre Marina Silva e Eduardo Campos, praticamente não houve alteração nos rumos que o partido do governador de Pernambuco vem adotando na construção de seus palanques regionais. Principal lance até agora da corrida presidencial, a união dos dois pré-candidatos foi celebrada com a promessa de que as articulações do PSB nos Estados seriam reavaliadas para contemplar os interesses da Rede, a legenda que Marina não conseguiu criar a tempo de participar da disputa de 2014.
 
Com exceção do recuo na dobradinha com o líder ruralista Ronaldo Caiado em Goiás após críticas de Marina, praticamente nada mudou no roteiro que o partido de Campos vinha seguindo antes da chegada da ex-senadora. "A Rede não tem políticos tradicionais, o forte dela é a militância jovem que nunca disputou eleição", disse o deputado Márcio França, presidente do PSB de São Paulo. "Está mais ou menos acertado: se não houver incompatibilidade, ela vai fazer o dela e a gente vai fazer o nosso."
 
Em São Paulo, ele afirma que hoje o PSB continua inclinado a apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que abriria espaço em seu palanque para Campos e o provável candidato do PSDB a presidente, o senador Aécio Neves (MG). Marina tem apontado o deputado Walter Feldman (SP), seu aliado, como opção se o PSB quiser ter candidato próprio ao governo de São Paulo. "Em alguns Estados a situação deve se manter, seja porque em outros as mudanças não são tão simples, ou seja porque não deu tempo ainda", disse Feldman. "Nossa aliança é programática, não faz sentido inverter essa lógica nos Estados e passar a discutir antes os nomes."
 
No Distrito Federal, Marina declarou preferência pela candidatura do deputado federal José Antônio Reguffe (PDT), mas nos bastidores dirigentes do PSB afirmam que o candidato será o senador Rodrigo Rollemberg (PSB). No Rio de Janeiro, Marina já citou como candidato o deputado federal Miro Teixeira (Pros), um dos seus aliados na tentativa de criação da Rede. Mas o PSB, que interveio para evitar que o diretório estadual apoiasse o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), ainda não tem uma definição e estuda até lançar o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão. Pezão conta com o apoio da presidente Dilma Rousseff.
 
Em Minas Gerais, a terra de Aécio, o plano A do PSB é também tentar se incluir na chapa tucana, que poderá ser encabeçada pelo ex-ministro Pimenta da Veiga. "A vinda da Marina impactou muito o nosso projeto nacional, mas a adesão não mudou quase nada nos Estados, até pela decisão da Rede de não aceitar integrar a Executiva Nacional do PSB. Nossa tendência é manter nossa linha e, onde for possível, incluir a Rede", afirma o deputado Júlio Delgado, nomeado por Campos para comandar o diretório do PSB em Minas.
 
O partido de Campos anunciou a saída do governo Dilma em setembro, rompendo uma histórica aliança com o PT. Como a Folha mostrou no início do mês, o PSB articula alianças com rivais do PT em pelo menos 20 Estados para as próximas eleições.
 
(Folha de São Paulo)
 
18 de outubro de 2013
in coroneLeaks

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