Exército é convocado para garantir a realização do leilão do pré-sal
A partir de domingo, 24h antes do leilão, parte do bairro da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade, onde ocorrerá o leilão terá a segurança controlada por militares.
Petroleiros da Petrobras, que iniciaram nesta quinta uma greve por tempo indeterminado contra o leilão, prometem levar "pelo menos mil" pessoas para a porta do hotel para tentar impedir a venda.
Acampados em frente à sede da empresa, eles fizeram nesta quinta uma manifestação que reuniu cerca de 100 pessoas, segundo a PM, e 300, na avaliação dos sindicalistas.
Pelo menos 15 plataformas na bacia de Campos pararam a produção, segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros), o que não foi comentado pela Petrobras.
Não há previsão de que Dilma participe do leilão de Libra, por temor às manifestações. Sindicalistas acusam a presidente de privatizar uma riqueza do país, ao contrário do que havia prometido em campanha eleitoral.
"É obrigação nossa fazer esquema de segurança para todas as rodadas de licitação. Nós estamos em um período de manifestações no Rio de Janeiro, a manifestação pacifica dos professores acabou em vandalismo, eu posso bobear?", disse a diretora-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Magda Chambriard.
ESQUEMA DE GUERRA
A mobilização contará com 1.100 homens do Exército, das polícias Federal, Rodoviária Federal, da Força Nacional, além de agentes das polícias Civil e Militar do Rio. O planejamento será definido hoje e o efetivo ainda pode aumentar.
Será publicado no Diário Oficial da União, o decreto presidencial convocando a chamada GLO (Garantia da Lei e da Ordem) dando ao Exército, naquela região, o poder de polícia de forma "episódica e temporária".
A participação das forças federais começou a se definir, na segunda passada, em uma conversa entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame.
Durante toda a manhã, na sede da Segurança, no Rio, Beltrame falou a Cardozo que a polícia não tinha condições de garantir a segurança em torno do hotel Windsor, na Barra da Tijuca, onde ocorrerá o leilão.
Na avaliação do secretário, a Polícia Militar vem enfrentando manifestações nos últimos 90 dias e está exausta devido aos inúmeros protestos na cidade.
Ficou acertado que a PM cuidará da segurança dos prédios da ANP (Agência Nacional de Petróleo), Petrobras, Câmara Municipal, Alerj (Assembleia Legislativa) e do Palácio Guanabara, sede do governo estadual.
Na Barra da Tijuca, as forças federais controlarão, inclusive, a entrada e a saída de pessoas do bairro, além do trânsito de pessoas ao hotel, onde ocorrerá o leilão.
O LEILÃO
O campo de Libra é a maior descoberta de petróleo do país e será vendido por um bônus de assinatura de R$ 15 bilhões. Será o primeiro leilão sob o regime de partilha, no qual, em vez de maior valor em dinheiro, ganha quem ofertar o maior percentual de petróleo para o governo. O leilão atraiu interesse de 11 empresas, mas apenas uma brasileira (Petrobras).
18 de outubro de 2013
MARCO ANTÔNIO MARTINS e DENISE LUNA - Folha de São Paulo
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