Já está se tornando uma tradição: a cada dois anos, republicanos resolvem chantagear democratas e ameaçam não elevar o limite da dívida do país, deixando os EUA perto de um calote.
Depois de muitas idas e vindas, bravatas e desaforos, o Congresso finalmente aprova a elevação do teto da dívida, e os americanos e seus credores mundo afora voltam a respirar aliviados -- pelo menos, por mais alguns meses, até que a palhaçada se repita.
Depois de muitas idas e vindas, bravatas e desaforos, o Congresso finalmente aprova a elevação do teto da dívida, e os americanos e seus credores mundo afora voltam a respirar aliviados -- pelo menos, por mais alguns meses, até que a palhaçada se repita.
Mas afinal, quanto custa essa cretinice?
Muito.
Segundo um estudo preparado pela Macroeconomic Advisers para a Peter G. Peterson Foundation, as barbeiragens fiscais dos últimos três anos custaram aos EUA US$ 700 bilhões (sem incluir os custos diretos com a paralisação do governo americano durante 16 dias este ano, calculados em US$ 24 bilhões pela Standard & Poor's)
Segundo o relatório, os cortes de gastos impostos pelo Congresso desde 2010, inclusive os cortes obrigatórios no chamado "sequestration" de 2012, tiraram 0,7 pontos porcentuais do crescimento do PIB por ano desde 2010. Com o crescimento ainda claudicante, os cortes tiveram o efeito de retardar a recuperação e custaram 1,2 milhão de empregos, segundo o estudo.
A incerteza em relações às políticas fiscais, gerada pelos embates periódicos sobre teto da dívida e aprovação de orçamento, custaram 0,3 pontos porcentuais de crescimento por ano.
O efeito dessa incerteza seria o de desestimular consumidores de gastar e empresas de investir e contratar.
Juntando tudo isso, dá cerca de US$ 700 bilhões.
Briga meio cara, não?
18 de outubro de 2013
Patrícia Campos Mello, Folha de São Paulo
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