"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

"O CUSTO DA CRETINICE"

 
Já está se tornando uma tradição: a cada dois anos, republicanos resolvem chantagear democratas e ameaçam não elevar o limite da dívida do país, deixando os EUA perto de um calote.
Depois de muitas idas e vindas, bravatas e desaforos, o Congresso finalmente aprova a elevação do teto da dívida, e os americanos e seus credores mundo afora voltam a respirar aliviados -- pelo menos, por mais alguns meses, até que a palhaçada se repita.
 
Mas afinal, quanto custa essa cretinice?
 
Muito.
 
Segundo um estudo preparado pela Macroeconomic Advisers para a Peter G. Peterson Foundation, as barbeiragens fiscais dos últimos três anos custaram aos EUA US$ 700 bilhões (sem incluir os custos diretos com a paralisação do governo americano durante 16 dias este ano, calculados em US$ 24 bilhões pela Standard & Poor's)
 
Segundo o relatório, os cortes de gastos impostos pelo Congresso desde 2010, inclusive os cortes obrigatórios no chamado "sequestration" de 2012, tiraram 0,7 pontos porcentuais do crescimento do PIB por ano desde 2010. Com o crescimento ainda claudicante, os cortes tiveram o efeito de retardar a recuperação e custaram 1,2 milhão de empregos, segundo o estudo.
 
A incerteza em relações às políticas fiscais, gerada pelos embates periódicos sobre teto da dívida e aprovação de orçamento, custaram 0,3 pontos porcentuais de crescimento por ano.
 
O efeito dessa incerteza seria o de desestimular consumidores de gastar e empresas de investir e contratar.
 
Juntando tudo isso, dá cerca de US$ 700 bilhões.
 
Briga meio cara, não?

18 de outubro de 2013
Patrícia Campos Mello, Folha de São Paulo

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