A nova pesquisa Datafolha, divulgada nesta quarta-feira, dia 31, pelo jornal “Folha de S. Paulo”, mostrou que a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ter lesado o seu poder como cabo eleitoral. Embora permaneça à frente nas intenções de voto para a Presidência, o petista vê diminuída em cinco pontos percentuais a sua influência ao tentar transferir seus votos potenciais para outro candidato. Segundo o levantamento, mais da metade dos eleitores não votariam em alguém indicado por Lula.
FICHA LIMPA -A decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que confirmou a condenação e aumentou a pena de Lula para 12 anos e um mês de prisão colocou o petista na mira da Lei da Ficha Limpa. A legislação prevê que réus condenados em segunda instância, como é o caso de Lula, ficam impedidos de concorrer a cargos públicos. Embora enquadrado na Ficha Limpa, Lula ainda pode registrar candidatura e buscar, na Justiça Eleitoral, um recurso contra a inelegibilidade.
Porém, a candidatura de Lula for impugnada, só restaria ao PT contar com a força de seu líder como cabo eleitoral de outro nome. Por enquanto, a legenda garante que mantém o ex-presidente como candidato. Em novembro, o percentual de eleitores que não votariam no político apoiado por Lula era de 48%. A pesquisa desta quarta-feira registra 53% de rejeição a qualquer nome indicado pelo ex-presidente.
O Datafolha apurou que uma das principais alternativas do partido, o ex-governador da Bahia e ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner (PT), tem apenas 2% das intenções de voto na disputa pela Presidência. Até o momento, Wagner não se apresentou como candidato. Apesar da queda, a influência de Lula não pode ser desconsiderada como cabo eleitoral. Isso porque 27% dos entrevistados ressaltam que o ex-presidente “com certeza” influenciaria suas escolhas, e 17% afirmam que “talvez” seguissem a indicação do petista.
INDICAÇÃO DE MORO – O Datafolha também levantou como seria a performance do juiz Sérgio Moro, responsável pela condenação de Lula na primeira instância, no ano passado. Segundo a pesquisa, 50% dos entrevistados não votariam no candidato apoiado pelo magistrado, enquanto 25% confirmaram que seguiriam a indicação dele. Outros 22% admitiam a possibilidade de ouvi-lo e votar com ele.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por sua vez, garante o voto de 11% dos eleitores aos seus apadrinhados. Outros 22% estudariam votar no nome apoiado pelo tucano. Mas 64% dos entrevistados rejeitam a indicação do líder do país entre 1995 e 2002. Michel Temer é o cabo eleitoral mais impopular das opções estudadas pelo instituto: 87% dos eleitores rejeitam o candidato do presidente, apenas 4% acolheriam a indicação e 8% avaliaram a possibilidade.
05 de fevereiro de 2018
Deu no O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário