E assim, mesmo sendo marxista, há anos tenho publicado aqui os artigos de Puggina. Não conhecia este intelectual gaúcho e fui apresentado aos artigos dele pelo engenheiro Carlos Germani, que foi responsável pela existência da “Tribuna da Internet”. Quando o blog ia deixar de circular, em 2009, ao perder o patrocínio, foi Germani que me mandou um e-mail, sugerindo que a TI fosse mantida por contribuições, como já ocorria com outros blogs, no mesmo esquema que durante o regime militar tinha preservado a imprensa de oposição (“Movimento”, “Opinião” etc.).
SOMOS IGUAIS – Ao refletir sobre marxismo e capitalismo, lembrei o comovente conto “Duas Cavalgaduras”, de Lima Barreto, e o adaptei à política dos dias de hoje, porque eu e Puggina somos duas cavalgaduras – no meu caso, por admirar o marxismo; no dele, por defender o capitalismo.
Eu sei que estou certo; ele, também. Mas tenho esperanças de que as paralelas realmente se encontrem no infinito, quando a humanidade enfim saberá viver sob o regime político ideal, que será uma mistura e poderá ser chamado de neocapitalismo ou neomarxismo.
REGIME MODERNO – Já existe esta tendência nos países nórdicos, onde o frio intenso impõe a solidariedade que levou ao socialismo moderno, com uma melhor qualidade de vida das populações. No Brasil de hoje, como infelizmente não há maturidade política para discutirmos uma evolução mais rápida, proponho que simplesmente esqueçamos marxismo e capitalismo, para que passemos a lutar apenas pelo que é certo.
No momento atual, o certo é discutir abertamente a dívida pública e a Previdência Social, sem admitir ressalvas a militares e que tais. São os dois principais desafios. É preciso exibir claramente os números e ouvir especialistas, especialmente os auditores, a começar pela especialista Maria Lucia Fattorelli.
Ao mesmo tempo, discutir a redução das desigualdades, com a moralização do serviço público, o fim dos falsos direitos adquiridos e dos penduricalhos salariais, incluindo a extinção dos carros chapa-branca e dos cartões corporativos, para redução dos gastos públicos e possibilitar os necessários investimentos em infraestrutura, saúde, educação e segurança.
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P.S. 1 – Esta discussão, é claro, precisa abranger também a moralização das empresas estatais, através da obrigatoriedade de gestões profissionais, sem influência política; a mudança dos critérios de escolha dos ministros de tribunais superiores; o maior rigor das leis criminais; e a modernização do sistema carcerário.
P.S. 1 – Esta discussão, é claro, precisa abranger também a moralização das empresas estatais, através da obrigatoriedade de gestões profissionais, sem influência política; a mudança dos critérios de escolha dos ministros de tribunais superiores; o maior rigor das leis criminais; e a modernização do sistema carcerário.
P.S. 2 – Mas quem se interessa por este tipo de discussão, neste país em transe, onde as pessoas têm medo de sair às ruas e de viver livremente. Bem, como estamos em campanha eleitoral, pode ser que algum candidato se disponha a abordar esses palpitantes temas. (C.N.)
05 de fevereiro de 2018
Carlos Newton
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