O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o possível pré-candidato às urnas de outubro, o apresentador Luciano Huck participaram de um vídeo exibido na sexta-feira para os bolsistas do Renova BR, movimento voltado para capacitar futuros candidatos aos poderes Executivo e Legislativo do país.
Reportagem de Gilberto Amêndola, O Estado de São Paulo deste sábado, destaca o episódio da véspera ocorrido na capital paulista. Huck afirmou que o Brasil precisa de gente com capacidade para enfrentar os problemas nacionais. “Na minha geração eu consigo enxergar várias pessoas preparadas que precisam ser incentivadas”, disse. Em seu pronunciamento gravado, FHC adotou postura parecida. Para o pré-candidato e o ex-presidente o desafio a ser enfrentado passa concretamente pela renovação de pessoas, de métodos, de disposição sincera e forte de governar.
VOLTA HUCK – A repercussão certamente se fez sentir no quadro partidário, uma vez que o retorno do apresentador de televisão ao tema político deixa na atmosfera sua disposição, de uma forma ou de outra, para participar do processo da sucessão presidencial que tem seu desfecho marcado para outubro.
Luciano Huck, quando seu nome foi alvo de um pré-lançamento, sem dúvida incentivou a hipótese de ingressar nos embates eleitorais. Depois recuou e publicou artigo na Folha de São Paulo dizendo que não seria candidato. Mas agora o quadro mudou,sobretudo com base da recente pesquisa do Datafolha que o apontou com 8% das intenções de voto, consequência clara do apelo à renovação política, tema nesse momento levantado com ênfase pelo possível pré-candidato.
SEM MOTIVAÇÃO – De fato o quadro partidário tradicional, conservador por excelência, não está motivando, pelo menos até o momento, os eleitores e eleitoras do país. Tanto assim que, entre as alternativas que o Datafolha colocou na sua pesquisa, Luciano Huck e Geraldo Alckmin aparecem empatados com 8 pontos. É uma prova de saturação com o que está acontecendo no Brasil depois do vendaval causado pela operação Lava Jato e também pelas revelações colocadas diante da população, além das sentenças judiciais que estão dando consequência e sequência ao panorama, talvez o mais triste da história republicana brasileira. E o afastamento da candidatura de Lula abriu um vazio no quadro pré-eleitoral.
Na mesma edição de sábado, em O Estado de São Paulo, o repórter Marcelo Osakabe informa que depois de sua condenação pelo TRF4, as menções ao nome do ex-presidente cairam 41% nas redes sociais. Uma prova a mais para acrescentar a sensação de vazio no palco político.
HUCK INCENTIVADO – No momento em que o governador de São Paulo aparece no Datafolha empatado com Huck, o apresentador deve ter se sentido em condições de colocar seu nome na arena política.
Luciano Huck não será o único a ser impulsionado pela aceitação popular. Mas sem dúvida o debate em torno dele representa a maior prova de que o sistema tradicional de fazer política no Brasil fracassou totalmente.
O quadro, assim, tem de ser lavado com intensidade de um jato renovador. Huck pode não vir a ser candidato, mas vai influir na sucessão.
05 de fevereiro de 2018
Pedro do Coutto
05 de fevereiro de 2018
Pedro do Coutto
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