Recentemente, ouvi de um motorista de taxi o relato no sentido de que, na noite anterior, quando se deslocava para jogar seu futebol de toda semana foi vítima de um assalto à mão armada, ocorrido nas proximidades de uma comunidade pobre no Rio de Janeiro. Encontrando-se com os amigos de sempre, deu notícia do roubo e um deles, de imediato, se dizendo morador da tal comunidade garantiu que seus pertences seriam restituídos, bastando que fossem para lá imediatamente.
Não deu outra. Subiram a favela e procurando o “dono do morro” contaram o acontecido. De imediato os menores assaltantes foram identificados, tendo o “chefão” mandado seu capanga busca-los para, na frente de todos, primeiro os obrigarem “de joelhos” a restituir os bens do taxista e ato seguinte, antes mesmo que este e seu amigo pudessem deixar o local, a pauladas transformou “os pobres diabos” numa massa disforme de carne humana. Era assim que costumeiramente ele procedia para avisar ao povo que sua ordem de “não roubar no local” não podia ser descumprida.
Tirante o grau de violência explícita e guardadas as devidas proporções entre as referidas situações, ponderem se não há clara semelhança com o fato confessado pelo ex presidente Lula, perante o Juiz Moro no último interrogatório, de que mandou seu arrecadador Vaccari chamar o ladrão Renato Duque para, num hangar escuro na calada da noite, lhe dar uma severa reprimenda, determinando que o dinheiro por ele roubado da Petrobrás deveria permanecer bem escondido e, sobretudo, que não fosse depositado, no exterior, no nome do parceiro larápio, para não comprometer os planos da quadrilha, certamente.
Nem se assanhem os “esquerdopatas” e a militância delinquente. Não estou aqui comparando o ex presidente ao “dono do morro”, apenas dizendo que os dois “chefões” procederam criminosamente, por isso mesmo, não podem escapar das malhas da lei.
Percebam que tem a mesma natureza, nos ditos episódios, o poder de mando e a ascendência dos dois “chefões”, sobre seus asseclas. Notem a capacidade de ambos de poder punir e admoestar, embora usando meios e métodos diferentes, e ponderem se suas condutas não são igualmente abjetas, odiosas e criminosas.
A julgar pelos efeitos e consequências advindas dos dois comportamentos delituosos, genericamente falando, a conduta do ex presidente que o envolve ou o aproxima de um roubo aos cofres públicos que afinal dá causa a morte milhões de brasileiros é muito mais nociva para a sociedade do que a do outro “chefão”, cujo alcance não passa dos limites de uma pequena comunidade urbana.
Quanto aos pontos comuns ou coincidentes revelados naqueles procedimentos, estes ficariam por conta de certas pretensões dos mencionados agentes. Os dois gostariam – como muitas vezes declarado em público pelo petista – de serem julgados pelo povo de cada um e não pela Justiça, confiantes em que envolvem, compram e intimidam suas gentes, um com o dinheiro do tráfico de drogas e outro com o dinheiro público.
Relativamente aos crimes pelos quais responde o ex-presidente, tudo é do mais amplo domínio público e está muitas vezes delatado, desde quando o ex deputado Roberto Jefferson revelou as entranhas da corrupção do País em maio de 2005. Assim, doze anos se passaram e até hoje Lula não foi condenado, mas, desde então, quantos brasileiros morreram e continuam a padecer por conta de seu projeto de poder?
Neste meio tempo, os cidadãos de bem esperam, pacientes e resignados, que se faça Justiça, e ainda têm que engolir a inculta bravata do petulante petista dita em seus palanques, brandindo que: “Se não for logo preso pelos promotores de Curitiba vai, em breve, mandar prendê-los por mentirem tanto”. É crível?
15 de maio de 2017
José Maurício de Barcellos
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