"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

DILMA USOU ROSEMARY PARA IMPEDIR O "VOLTA, LULA" EM 2014, MAS MÔNICA NÃO SABIA

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Mônica sabia da briga, mas desconhecia o motivo
Em seu novo depoimento a procuradores, a marqueteira Mônica Moura confirmou que o ex-presidente Lula da Silva queria ser candidato à Presidência em 2014 e isso causou um briga entre ele e a então presidente Dilma Rousseff, que decidira concorrer à reeleição. “Acho que isso é do conhecimento de todos. Os jornais veiculavam, mas eles negavam, mas é verdade. Porque o Lula queria ser candidato, e a Dilma não aceitou. Era a reeleição dela. Ela se sentia forte”, disse Mônica Moura, acrescentando: “Depois João vinha me contar, que Lula queria ser candidato de 2014. Voltar. 2010 ele sai, e bota a apadrinhada dele lá, e em 2014 ele volta para ser candidato”.
O “estremecimento”, segundo Mônica Moura, refletiu-se em um baixo engajamento de Lula na própria campanha de Dilma, tanto na exposição quanto na organização da campanha de 2014.
CONFIRMAÇÃO – Ao fazer essas revelações, a mulher de João Santana confirmou as notícias publicadas na “Tribuna da Internet” sobre a briga Lula X Dilma, mas esqueceu de explicar como Dilma conseguiu evitar a candidatura dele.
Essa briga, que a TI cobriu com absoluta exclusividade, começou porque Lula se metia em tudo no governo, controlava o Planalto através de Gilberto Carvalho e outros aliados, mas Dilma tomou gosto pelo poder e se sentia constrangida.
Quando Lula teve o câncer na laringe, em 2011, a presidente sentiu um alívio e começou a governar sozinha. Mas Lula teve recuperação rápida, voltou a se intrometer no governo e Dilma teve de suportar, até que em novembro de 2012 aconteceu o escândalo de corrupção envolvendo Rosemary Noronha, a segunda-dama de Lula, digamos assim.
NINGUÉM SABIA – A essa altura, a mídia ainda desconhecia a briga, a atenção estava toda voltada para o caso Rosemary, apenas a “Tribuna da Internet” noticiava o outro lado da questão, com fontes no próprio Planalto.
Dilma imediatamente demitiu Rosemary e enfim passou a governar sozinha, enquanto Lula era obrigado a se esconder dos jornalistas, passou meses sem dar entrevista, um vexame completo, ficou esperando a poeira baixar.
Aos poucos, o romance com Rosemary passou para segundo plano e Lula retomou as atividades políticas. Em 2013, começou a incomodar de novo, fazendo críticas à política econômica, na verdade já estava iniciando sua campanha para 2014, não esperava ser desafiado por Dilma.
CONFIRMAÇÃO – Nesta altura, TI ainda cobria com exclusividade essa briga nos bastidores do poder. Muitos leitores estranhavam, porque a grande mídia nada publicava a respeito. Até que, em abril de 2013, Carlos Chagas confirmou a pré-candidatura de Lula, que anunciara: “Se houver qualquer problema, o ‘velhinho’ estará pronto para entrar em campo”. Dilma fingiu que não ouviu e continuou a governar sozinha.
Em 26 de agosto de 2013, a “Tribuna da Internet” publicou artigo sob o título “Respondendo ao comentarista Rodrigo Cortes sobre a candidatura de Lula e o sumiço de Rosemary Noronha”, em que registrava a seguinte situação:
Lula não perdoa o que considera ‘traição’ de Dilma. Hoje, criador e criatura não se toleraram e evitam se encontrar. A vingança de Lula será impedir a candidatura dela, mas ele só fará isso depois de 5 de outubro, quando se encerra o prazo para que Dilma troque de partido”, publicou a “TI”, acrescentando que havia a possibilidade de Dilma ir para o PDT, junto com ex-marido Carlos Araújo.
“VOLTA, LULA” – Foi quando Lula mandou a direção do PT se movimentar e surgiu a campanha “Volta, Lula”. Mas Dilma não passou recibo. Sabia que seria derrotada de forma humilhante na Convenção do PT, mas resistiu, porque tinha uma carta na manga.
Lula se distanciou completamente do governo, criticava a política econômica abertamente, e Dilma contemporizava. Somente no início de 2014 a grande mídia timidamente percebeu que Lula e Dilma estavam rompidos. A confirmação veio da jornalista Tereza Cruvinel, petista de carteirinha e muito bem informada sobre as questões palacianas. Em sua coluna no Correio Braziliense, ela escreveu o seguinte:
“Numa escala ontem em Manaus, a caminho de Cuba, o ex-presidente Lula chegou a pensar em divulgar uma nota negando que venha criticando o estilo da presidente Dilma em conversas com os que o procuram para reclamar dela e do governo”, escreveu Tereza Cruvinel, acrescentando: “Na relação pessoal, não há estremecimento com a sucessora, que ele continua chamando de Dilminha, mas ele está mesmo angustiado com o rumo que as coisas vão tomando, na relação com os atores políticos e com os agentes econômicos, que, há meses, todos sabem, o procuram para se queixar — e, se houver brecha na conversa, para fazer alguma insinuação na linha “Volta, Lula”.
FOLHA E CORREIO
Também no Correio Braziliense, o excelente jornalista Luiz Carlos Azedo divulgou a ocorrência desses “desentendimentos”. E a Folha de S. Paulo seguiu na mesma balada, em reportagem de Valdo Cruz e Andreia Sadi.
Tanto o Correio quanto a Folha especulavam que as divergências seriam apenas a propósito da política econômica. Mas a jornalista Tereza Cruvinel deu versão diferente, dizendo que, na opinião de Lula, quem precisava mudar de rumo era Dilma, e não Mantega. “A maior preocupação dele (Lula) é com a deterioração crescente e clara do arranjo político que propiciou suas duas eleições e a dela em 2010. Especialmente a relação com o PMDB, que, segundo ele recomendou no ano passado, não poderia “trincar”. Parece que trincou, já havendo em seu redor quem ache que a aliança, desse jeito, não está valendo a pena”, escreveu a jornalista.
Mas o que estava em jogo era mesmo a sucessão presidencial, conforme a “Tribuna da Internet” seguiu noticiando, porque a candidatura de Dilma fora colocada em 2010 apenas para preencher o espaço que legalmente não poderia ser ocupado por Lula. Em 2014, ele queria voltar, e o processo para evitar a candidatura de Dilma estava em curso, e mais facilitado ainda em função dos problemas econômicos.
DILMA ENFIM REAGE – Quando o movimento “Volta, Lula” dominou o PT, Dilma reagiu. mandando o Planalto  “vazar” uma série de informações sobre Rosemary Noronha ao repórter Vinicius Sassine, de O Globo. A ideia era fazer com que a Organização Globo entrasse no assunto nas TV, nas rádios CBN e na revista Época, mas o império jornalístico refugou, em função do precedente do romance da repórter Miriam Dutra com o então presidente Fernando Henrique Cardoso.
As matérias de Sassine foram só início, porque em seguida o Planalto “vazou” mais informações sobre Rosemary às revistas semanais. E deu certo, porque Lula ficou acuado, não sabia o que fazer, Dilma exigia a candidatura à reeleição, os petistas a rejeitavam e se aproximava a data da convenção.
Foi quando Dilma sacou a bala de prata, conforme a “TI” publicou à época, com exclusividade. Ela simplesmente mandou avisar Lula que, se ele insistisse na candidatura, iriam ser divulgados os gastos de Rosemary com o cartão corporativo da Presidência, feitos no Brasil e no exterior, nas 32 viagens românticas que ela fizera no Aerolula. E como o nome dela não constava nas listas de passageiros, a imagem de Lula estaria seriamente comprometida, seria ridicularizado no Brasil e no exterior.
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PS – Foi assim que Lula abriu mão e surpreendeu os petistas, ao defender a candidatura de Dilma na convenção de 21 de junho de 2014, uma decepção para os petistas. Na época, a marqueteira Mônica Moura sabia da briga, conforme vei a revelar agora, assinalando que Lula nem se empenhou na campanha em que a criatura começou a destruir o criador. (C.N.)

15 de maio de 2017
Carlos Newton

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