A crise do sistema carcerário mostra que existe um Estado dentro do estado, como afirmou o advogado Jorge Béja aqui na “Tribuna da Internet”. O primeiro, verdadeiro; por isto mesmo, com letra maiúscula. E este outro, com letras minúsculas, do senecto Temer (que já o herdou assim, para pior), ausente. Tem jeito não. Mas vale a pena reler a ideia do panopticon, de Jeremy Bentham, 1785, cuja essência é ver tudo o que se passa na cela, ao fundamento de que, visto, o ser humano contém-se. Ora, nas celas do Brasil ninguém vê nada, há comunicações telefônicas para sequestros virtuais e reais, o tempo todo. E os japoneses fazem o panopticon às avessas: o prisioneiro não vê a face dos carcereiros.
O fato é que há um Estado, real e verdadeiro, às vezes mais de um, rivais, dentro das prisões do Brasil, com ampla influência no lado de fora, até mesmo no exterior. A prisão seria outro país onde o Temer não manda? Claro que é. Pelo contrário, o estado oficial, Brasil, faz que não vê; por isto mesmo, é refém.
Do jeito que está, tem jeito não. Se construir novas prisões, novas destruições na próxima rebelião, queimam tudo, põem tudo abaixo.
INOPERANTE – O estado do Temer (aliás, do Lula, da Dilma, falo em sentido amplo), faz o quê? Negocia. E agora indeniza. Até a próxima rebelião. Como se nada tivesse acontecido. Anote aí: daqui mais uns dias, tem mais.
Convicção: isso tem que mudar.
16 de janeiro de 2017
Francisco Feitosa
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