"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

OITO MAIS RICOS DO MUNDO TÊM O MESMO QUE 3,6 BILHÕES - DIZ OSFAM

Para entidade, a concentração de riquezas do equivalente à metade mais pobre da população na mão de poucas pessoas é 'obscena' 



Segundo a Oxfam, iniciativas filantrópicas como a de Bill Gates, o homem mais rico do mundo, não são suficientes para reduzir o problema (Alberto E. Rodriguez/Getty Images/VEJA/VEJA)

Apenas oito indivíduos, todos homens, possuem tanto dinheiro quanto 3,6 bilhões de pessoas – a metade mais pobre da população mundial – segundo informações da fundação Oxfam. A entidade divulgou um relatório nesta segunda-feira e pediu por ações que reduzam os ganhos daqueles que já estão no topo. Os cálculos se basearam em dados do banco suíço Credit Suisse e da revista de negócios americana Forbes.

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Em um momento no qual políticos e muitos bilionários se reúnem para o encontro anual do Fórum Econômico Mundial, em Davos, o relatório da ONG sugere que a desigualdade de renda está maior do que nunca, com novos dados para China e Índia indicando que a metade mais pobre da população mundial possui menos recursos do que anteriormente estimado.

A Oxfam, descreve essa desigualdade como “obscena”. Antes, era estimado que 62 pessoas correspondessem a essa parcela da população. Em 2010, foram necessários os ativos combinados das 43 pessoas mais ricas do mundo para se igualar às riquezas somadas dos 50% mais pobres, de acordo com os cálculos mais recentes.

A desigualdade tem movimentado a agenda internacional nos últimos anos, inclusive tendo o papa Francisco entre aqueles que alertaram sobre seus efeitos corrosivos, ao passo que um ressentimento com as elites tem ajudado a motivar um surto no populismo político.

“Vemos muita preocupação -e claramente a vitória de Trump e o Brexit deram novo ímpeto a isso neste ano- mas há uma falta de alternativas concretas”, disse Max Lawson, chefe de políticas da Oxfam. “Há maneiras diferentes de gerenciar o capitalismo que poderiam ser muito, muito mais benéficas para a maioria das pessoas.”

A Oxfam pediu em relatório para que se reprimisse evasão fiscal e por uma mudança no chamado capitalismo acionário “sobrecarregado”, que recompensa desproporcionalmente os ricos.

Enquanto muitos trabalhadores lutam com rendas estagnadas, a riqueza dos super ricos tem crescido uma média de 11% ao ano desde 2009.

Bill Gates, homem mais rico do mundo e rotineiro frequentador de Davos, viu sua fortuna crescer em 50%, ou 25 bilhões de dólares (80,43 bilhões de reais), desde que anunciou planos de deixar a Microsoft em 2006, apesar de seus esforços de se desfazer de grande parte dessa riqueza.

Embora Gates exemplifique como a riqueza excessiva possa ser reciclada para ajudar os pobres, a Oxfam acredita que a “grande filantropia” não ajuda a solucionar o problema fundamental. “Se bilionários escolherem dar seu dinheiro, essa é uma coisa boa. Mas a desigualdade importa e você não pode ter um sistema onde bilionários estão sistematicamente pagando menos impostos do que suas secretárias ou seus faxineiros”, disse Lawson.

Os oito indivíduos nomeados no relatório são Gates; Amancio Ortega, fundador da Inditex; o investidor veterano Warren Buffett; o magnata mexicano Carlos Slim; o chefe da Amazon, Jeff Bezos; Mark Zuckerberg, do Facebook; Larry Ellison, da Oracle, e o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg.

(Com Reuters)
16 de janeiro de 2017
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