Eleito novo líder da bancada do PT na Câmara, o deputado Carlos Zarattini (SP) defendeu nesta quinta-feira (15) a aprovação de uma emenda constitucional para eleições diretas. No pacote de críticas ao Palácio do Planalto, o parlamentar destacou que a base aliada do governo do presidente Michel Temer vem sendo reduzida. O petista acrescentou que o governo Temer, apesar de começar com a articulação política como ponto forte, hoje não consegue mais manter o mesmo nível de diálogo com sua base, o que leva a crise econômica e política a se agravar a cada dia.
Zarattini foi eleito por aclamação hoje após acordo com Paulo Pimenta (RS), que será o líder da bancada em 2018. O petista reiterou que a orientação do partido é de clara oposição ao governo, principalmente contra a reforma da Previdência e mudanças nas leis trabalhistas. “Não vamos ser nem conciliador, nem radical”, resumiu.
LIMINAR DO FUX – Para Zarattini, a decisão do ministro Luiz Fux de devolver à Câmara o pacote das medidas anticorrupção foi equivocada porque a Constituição prevê que os “representantes do povo” façam alterações em projetos de iniciativa popular. “Está profundamente equivocado o ministro Fux”, afirmou.
A bancada, com 58 deputados, ainda não definiu qual candidatura apoiará na sucessão interna da Câmara, mas não descarta a possibilidade de lançar um nome do bloco da minoria para marcar posição, já que as chances de vitória são pequenas.
Zarattini enfatizou que a prioridade do partido é buscar espaço na Mesa Diretora, já que tem a segunda maior bancada e pode pleitear uma vaga no comando da Casa. “Vamos ter uma política ampla de conversar com todo mundo, mas não sabemos como vamos chegar lá”, afirmou. O tema será discutido a partir da próxima semana com o bloco de oposição.
ECONOMIA – Zarattini afirmou que vai avaliar cada uma das medidas anunciadas nesta quinta pelo governo e, o que for insuficiente, a oposição vai tentar melhorá-las. “É um governo que está sem rumo na economia e a economia afundando cada vez mais”, comentou
Zarattini criticou ainda a política de restrição de gastos, disse que programas como Minha Casa Minha Vida estão sendo reduzidos “violentamente” e que as medidas adotadas não dão perspectivas positivas. “Até agora não vi nenhuma proposta econômica significativa. A questão dos juros continua alto, a política monetária é restritiva. Apesar da inflação ter caído, os juros se mantêm no mesmo nível”, completou. O petista também criticou o uso do FGTS para pagamento de dívida e afirmou que, além de ser um recurso reduzido, também houve diminuição no uso do fundo para programas habitacionais.
16 de dezembro de 2016
Deu no Estadão
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