Paulo Ferreira decidiu colaborar com a Justiça |
O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira confessou na quarta-feira (14) ao juiz federal Sérgio Moro que o PT – assim como os demais partidos políticos – trabalha com recursos não contabilizados. Réu da Operação Lava Jato e preso desde 23 de junho, Ferreira foi interrogado em Curitiba. Ele disse que “negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é negar o óbvio”.
Ferreira foi preso na Operação Abismo, 31.ª fase da Lava Jato. Além do ex-tesoureiro, 13 investigados são réus. O petista é acusado de ter recebido propinas nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobrás (Cenpes), no Rio.
Durante o interrogatório, o juiz perguntou ao ex-tesoureiro: “O Partido dos Trabalhadores comumente tem feito declarações públicas de que não trabalha com recursos não contabilizados. Salvo engano, na minha compreensão, o senhor está afirmando algo diferente, que havia esses pagamentos, inclusive aqui na sua própria campanha. O senhor saberia explicar essa contradição?”
Paulo Ferreira respondeu: “É um problema da cultura política nacional, doutor Moro. Eu não estou aqui para mentir para ninguém. Estou aqui para ajustar alguma dívida que eu tenha, minha disposição aqui é essa”.
Em seguida, declarou: “Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é, na minha opinião, negar o óbvio”. Moro, então, perguntou: “Inclusive no Partido dos Trabalhadores, na sua campanha?” “Exatamente”, admitiu Ferreira.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Caixa 2 é crime eleitoral, motivo de cassação de mandato, mas se tornou prática comum a todos os partidos (não vale citar exceções, que somente confirmam a regra). Foi o uso do caixa 2 que perverteu a política brasileira até chegar à situação vergonhosa e vexaminosa em que o país hoje se encontra, submetido ao descrédito internacional. Todos os partidos devem ser punidos exemplarmente, e aí as exceções serão conhecidas e exaltadas.(C.N.)
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