"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

PIADA DO ANO: ODEBRECHT QUER FAZER DELAÇÃO SEM REVELAR OS POLÍTICOS ENVOLVIDOS...

Fotomontagem sem autoria, reproduzida do Arquivo Google


Deflagrada nesta segunda-feira (26), a 35ª fase da Lava Jato, que foi capitaneada pela Polícia Federal, criou um mal-estar entre a Odebrecht e os procuradores da República que participaram da operação. Eles negociam com a empreiteira acordos de delação e leniência (espécie de delação premiada da pessoa jurídica) há cerca de sete meses. Em fase final de conversas, agora focadas no acerto de multas e penas e com o conteúdo já definido sobre o que os executivos vão revelar, a empreiteira foi surpreendida ao ser o foco de novas acusações juntamente com o ex-ministro Antonio Palocci.

Segundo a Folha apurou, esta fase compromete o ambiente colaborativo entre Odebrecht e procuradores, que chegaram a dar explicações ao grupo sobre o ocorrido. A empresa, porém, não pretende desistir do acordo, visto como sua única alternativa de sobrevivência.

TRANSTORNO – Apesar de não ter sido alvo de buscas, o fato de todas as ações da 35ª fase se concentraram na relação de investigados com a empreiteira incomodou o grupo Odebrecht devido ao transtorno causado junto ao mercado num momento em que a empresa negocia parte de seus ativos para se recompor.

A última fase decorreu de uma investigação da PF a partir de documentos apreendidos em ações anteriores e delações premiadas homologadas, como a da ex-secretária Maria Lúcia Tavares.

As apurações aconteceram paralelamente à negociação da delação, já que a PGR (Procuradoria-Geral de República) proibiu a PF de participar das tratativas com o argumento de evitar vazamentos.

CONTROVÉRSIAS – Segundo a Folha apurou, parte do Ministério Público Federal viu a ação como resposta da PF a esse fato. Porém os policiais negam qualquer tipo de reação e dizem desconhecer mal-estar com a Odebrecht, já que não estão a par da negociação.

A polícia tentou ouvir Marcelo Odebrecht durante a investigação, mas o executivo não quis falar devido à negociação da delação. Os investigadores, então, preferiram deflagrar a operação a esperar o resultado da delação. A PF considera também que a demora na negociação com a Odebrecht pode levar à destruição de provas. Tal risco foi mencionado pelo delegado Filipe Pace no pedido de prisão de Palocci. “É fato público e notório de que o grupo Odebrecht está em negociação para celebração de acordo de colaboração premiada com a PGR, circunstância que, por si só, deixa em estado de alerta todos os criminosos que se envolveram com o grupo empresarial e poderá ensejar prejuízo a futuras investigações e instruções”, escreveu o delegado.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Se a Odebrecht continuar embromando, sem levar a delação a sério, os dirigentes e executivos vão se dar mal. O listão das propinas da empresa tem mais de 300 codinomes, mas os dirigentes e executivos não querem revelar quem são. A força-tarefa teve de descobrir sozinha que “Italiano” é Palocci e “Pós-Itália” é Guido Mantega. Bem, chamar isso de delação seria um bocado de exagero, uma espécie de Piada do Ano. (C.N.)

29 de setembro de 2016
Bela Megale e Estelita Hass Carazzai
Folha

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