Cascais, Portugal – Tão em moda no inicio deste ano, arrefeceram-se por aqui as notícias do golpe, depois do impeachment da Dilma. Noticia-se mais hoje a prisão do staff de Lula – Palocci e Mantega –, estampada nos principais jornais daqui. Nota-se, entre os portugueses, um certo espanto com as notícias e já se percebe uma percepção deles com o que aconteceu no Brasil no governo do PT. Existe, porém, um certo ceticismo em relação ao Temer, uma ligeira desconfiança do que será o seu governo e o que ele vai produzir daqui para frente para tirar o país do caos econômico, atrair investimentos estrangeiros e colocar o Brasil nos trilhos novamente depois da terra arrasada petista.
Quando estive aqui em maio deste ano, discutia-se com fervor a legalidade ou não do impeachment da Dilma. Os portugueses mostravam-se influenciados pelo que liam e viam na televisão produzido por seus correspondentes no Brasil. Depois do impeachment, compreende-se melhor a legalidade constitucional do ato, chancelado pelo presidente do STF, e é evidente o desencanto de muitos com o PT depois da notícia da denúncia de Lula pelos crimes de corrupção e da prisão de seus dois ex-ministros da Fazenda, coisa até então inimaginável para o povo português.
A imprensa lusitana já não trata com tanto destaque a prisão dos petistas no Brasil. Acostumou-se ao noticiário da Lava Jato, as delações premiadas dos empresários e políticos e os escândalos de corrupção que se alastraram pelas empresas públicas com a partipação dos ex-ministro da Dilma e do próprio ex-presidente Lula. A Dilma, algumas vezes, tem sido contemplada com notas de rodapés dos jornais, nada mais do que isso. Sua versão de que fora arrastada do poder por um golpe de estado esvaziou-se. Aqui, como no Brasil, ela está indo para a história como uma presidente tonta e desequilibrada, que desgovernou o país atabalhoadamente durante os seis anos.
Como era de se esperar, a estrela entre os portugueses é o juiz Sérgio Moro. Para alguns jornalistas e políticos, o magistrado conseguiu inibir a corrupção no Brasil e mostrou, com ousadia, que a elite, que tanto beneficiou o PT com dinheiro roubado, também está sendo punida. Acreditam que o Lula não escapa das garras da justiça porque seus ex-ministros da Fazenda, pressionados pelas investigações que os apontam como intermediários do dinheiro sujo, devem fazer delação premiada. Não querem apodrecer na cadeia, a exemplo de Zé Dirceu e dos ex-tesoureiros do PT.
Muitos dos lusitanos não entendem como um prefeito do interior de São Paulo conseguiu movimentar uma fortuna na campanha. Antônio Palocci, que já respondeu a processos quando esteve à frente da prefeitura de Ribeirão Preto, foi denunciado pelo pessoal da Odebrecht como o homem que fazia as transações do dinheiro sujo para as campanhas do PT. Portanto, se resolver realmente abrir o bico tanto Lula como Dilma vão ter que esclarecer o caixa dois que rolou nas campanhas presidenciais. A indisponibilidade dos 30 milhões de reais, encontrados em sua conta pessoal, impossibilita Palocci de se movimentar e até gastar com seus advogados. Uma medida acertada.
A revelação de que os principais homens de Lula estão envolvidos em corrupção e no assalto aos cofres públicos tem esfriado por aqui os movimentos daqueles que ainda acreditavam na inocência de alguns petistas e de que o governo do PT estava sendo realmente injustiçado. Com as últimas prisões a ficha dos portugueses caiu. Agora eles sabem que o Brasil lava roupa suja diariamente manchada pelas falcatruas e as maracutaias da quadrilha petista que governou o país.
Mas para os portugueses o atual governo também está amordaçado. Não caminha com as próprias pernas porque ainda é refém de um amontoado de ideias desencontradas e de projetos duvidosos para tirar o país do caos. Não consegue inclusive se comunicar com eficiência sobre os seus feitos por absoluta incompetência. E no momento em que deveria falar também para o público externo, mandou desligar o sinal da TV Brasil que transmitia sua programação para Portugal tão usada pelos petistas para combater o impeachment e propagar o golpe.
Quanta trapalhada, meu Deus!
29 de setembro de 2016
Jorge Olivdeira
Quando estive aqui em maio deste ano, discutia-se com fervor a legalidade ou não do impeachment da Dilma. Os portugueses mostravam-se influenciados pelo que liam e viam na televisão produzido por seus correspondentes no Brasil. Depois do impeachment, compreende-se melhor a legalidade constitucional do ato, chancelado pelo presidente do STF, e é evidente o desencanto de muitos com o PT depois da notícia da denúncia de Lula pelos crimes de corrupção e da prisão de seus dois ex-ministros da Fazenda, coisa até então inimaginável para o povo português.
A imprensa lusitana já não trata com tanto destaque a prisão dos petistas no Brasil. Acostumou-se ao noticiário da Lava Jato, as delações premiadas dos empresários e políticos e os escândalos de corrupção que se alastraram pelas empresas públicas com a partipação dos ex-ministro da Dilma e do próprio ex-presidente Lula. A Dilma, algumas vezes, tem sido contemplada com notas de rodapés dos jornais, nada mais do que isso. Sua versão de que fora arrastada do poder por um golpe de estado esvaziou-se. Aqui, como no Brasil, ela está indo para a história como uma presidente tonta e desequilibrada, que desgovernou o país atabalhoadamente durante os seis anos.
Como era de se esperar, a estrela entre os portugueses é o juiz Sérgio Moro. Para alguns jornalistas e políticos, o magistrado conseguiu inibir a corrupção no Brasil e mostrou, com ousadia, que a elite, que tanto beneficiou o PT com dinheiro roubado, também está sendo punida. Acreditam que o Lula não escapa das garras da justiça porque seus ex-ministros da Fazenda, pressionados pelas investigações que os apontam como intermediários do dinheiro sujo, devem fazer delação premiada. Não querem apodrecer na cadeia, a exemplo de Zé Dirceu e dos ex-tesoureiros do PT.
Muitos dos lusitanos não entendem como um prefeito do interior de São Paulo conseguiu movimentar uma fortuna na campanha. Antônio Palocci, que já respondeu a processos quando esteve à frente da prefeitura de Ribeirão Preto, foi denunciado pelo pessoal da Odebrecht como o homem que fazia as transações do dinheiro sujo para as campanhas do PT. Portanto, se resolver realmente abrir o bico tanto Lula como Dilma vão ter que esclarecer o caixa dois que rolou nas campanhas presidenciais. A indisponibilidade dos 30 milhões de reais, encontrados em sua conta pessoal, impossibilita Palocci de se movimentar e até gastar com seus advogados. Uma medida acertada.
A revelação de que os principais homens de Lula estão envolvidos em corrupção e no assalto aos cofres públicos tem esfriado por aqui os movimentos daqueles que ainda acreditavam na inocência de alguns petistas e de que o governo do PT estava sendo realmente injustiçado. Com as últimas prisões a ficha dos portugueses caiu. Agora eles sabem que o Brasil lava roupa suja diariamente manchada pelas falcatruas e as maracutaias da quadrilha petista que governou o país.
Mas para os portugueses o atual governo também está amordaçado. Não caminha com as próprias pernas porque ainda é refém de um amontoado de ideias desencontradas e de projetos duvidosos para tirar o país do caos. Não consegue inclusive se comunicar com eficiência sobre os seus feitos por absoluta incompetência. E no momento em que deveria falar também para o público externo, mandou desligar o sinal da TV Brasil que transmitia sua programação para Portugal tão usada pelos petistas para combater o impeachment e propagar o golpe.
Quanta trapalhada, meu Deus!
29 de setembro de 2016
Jorge Olivdeira
Nenhum comentário:
Postar um comentário