"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

LAVA JATO DESCOBRIU QUE O MINISTRO PALOCCI OPERAVA COM A ODEBRECHT DESDE 2004

Charge do Elvis, reprodução do Humor Político


Um conjunto de mensagens de e-mail reunidas pela Polícia Federal no pedido de prisão do ex-ministro Antonio Palocci, alvo central da 35ª fase da operação Lava Jato, deflagrada nesta segunda-feira (26) indicam o “relacionamento” de Marcelo Bahia Odebrecht com “Italiano” – codinome usado para identificar o petista na empreiteira – desde 2004, quando ele era titular do Ministério da Fazenda, no governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Italiano possui relacionamento com Marcelo Bahia Odebrecht pelo menos desde 2004″, informa Relatório da Polícia Fedearl 124/2016, anexado aos ao pedido de prisão de Palocci. Batizada de operação Omertà, a 35ª fase aponta o ex-ministro como responsável pelo recebimento de pelo menos R$ 128 milhões em propinas para o esquema do PT na Petrobrás e em outras áreas.

“Tal indivíduo (‘Italiano, ou Palocci’) possuia elevado grau de penetração política, o que significa, como também será demonstrado, que detinha cargos de relevo no Executivo e Legislativo e capacidade e efetividade para alteração de quadros políticos em relação a contratação na esfera federal”, registra o documento.

GOVERNADORES, TAMBÉM – Palocci foi preso temporariamente ontem, por ordem do juiz federal Sérgio Moro. Uma mensagem reunida pela PF, encaminhada pelo usuário da conta “pleao@br.odebrecht.com”, em 3 de maio de 2004, a João Pacífico Ferreira, diretor da Odebrecht, “há menção de atuação junto a governadores de estados”.

O assunto é relacionado à “recuperação da ferrovia que liga Bauru (SP) à Corumbá (MS), ao que parece, a partir de arranjo prévio de tal indivíduo com Marcelo Bahia Odebrecht.”

Outro e-mail de 10 de maio de 2004 Odebrecht “encaminha para sua secretária notas direcionadas a Emilio Alves Odebrecht (EAO) e Pedro Novis (PN) para temas que deveriam ser tratados por eles com Italiano, envolvendo obras, liberação de recursos do OGU (Orçamento Geral da União) e programas de saneamento relacionados provavelmente relativos a liberação de recursos via Caixa Econômica Federal”.

EXPORTAÇÃO DE SERVIÇOS – “Além disso, Pedro Novis deveria tratar com Italiano sobre o tema de exportação de serviços”. Cita ainda “nota entregue ao guerrilheiro, quando de visita recente do comando do PT a China”.

Há também mensagens que indicam a origem da identificação de que “Italiano” era Palocci e da discussão para atuação do ex-ministro em favor da Odebrecht em negócios na África. A Omertá sustenta que o petista teria atuado em favor do grupo na liberação de financiamentos do BNDES para Angola, onde eles executariam obras. Ele ainda é acusado de defender interesses em contratos de construção de navios-sondas para exploração de petróleo em alto mar, para edição de uma medida provisório em benefício do grupo econômico e no bilionário projeto de construção de submarinos para as Forças Armadas.

PT E PMDB – Os negócios da Petrobrás em Angola são alvos da Lava Jato por terem supostamente beneficiado PT e PMDB. Nos e-mails reunidos pela Omertà, há indicativos de que desde 2005 Palocci teria mantido contatos com executivos da Odebrecht para beneficiar o grupo em obras na África.

“Tal mensagem é de importância por demonstrar: (i) o início das relações entre o Governo Brasileiro e o Governo de Angola, no que atine a exportação de serviços, (ii) o começo do processo de identificação de Italiano e (iii) o nascimento das relações de Marcelo Bahia Odebrecht com tal indivíduo, as quais, pelo que se viu, ainda não eram consolidadas”.



29 de setembro de 2016
Deu em O Tempo
(Agência Estado)

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