Saindo dos planos das eleições municipais e deslocando-se a análise política para o panorama nacional, num panorama visto da ponte, para citar a peça famosa de Artur Miller, verificamos que, a cada dia, cresce o domínio do PSDB sobre o governo Michel Temer. Dois exemplos concretos: o presidente da República ia adiar o envio do projeto de emenda constitucional ao Congresso sobre a reforma da Previdência Social. Através de seu presidente nacional, Aécio Neves, PSDB disse que não admitia o adiamento e ameaçou romper com o Planalto. O que fez Michel Temer? Resolveu encaminhar a proposição, bastante impopular.
Isso de um lado. De outro, o presidente da República vinha aceitando a tramitação do projeto que determina o reajuste dos vencimentos do Supremo Tribunal Federal. O PSDB aplicou seu segundo veto. Numa entrevista a Alan Gripp, Catarina Alencastro, Ilma Franco, Paulo César Pereira, Sérgio Fadul e Sílvia Fonseca, O Globo, edição de ontem, domingo, Michel Temer voltou atrás e passou a afirmar ser contrário àquele projeto.
Sem discutir o mérito das questões, o presidente da República tornou-se dependente do apoio tucano. Mas de qual corrente do PSDB? Se João Dória vencer em São Paulo, Alckmin ultrapassa Aécio como provável candidato da legenda à sucessão de 2018. Mas este é outro ponto de vista. Na verdade, agora, Michel Temer nitidamente receia a perda de aliados, como o PSDB.
13 de setembro de 2016
Pedro do Coutto
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