"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

CUNHA USARÁ CASO DE DIRCEU PARA TENTAR ESCAPAR DE MORO

O arsenal de tentativas de evitar a votação da cassação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) nesta segunda-feira inclui iniciativas no plenário da Câmara, na Comissão de Constituição e Justiça e no Supremo Tribunal Federal. Além do mandado de segurança já impetrado, negado ontem pelo ministro Luiz Fachin, outras medidas podem ser ajuizadas na Corte antes e depois da eventual decisão da Câmara.

A defesa já tem traçada, inclusive, a estratégia a ser adotada caso todas as cartas na manga falhem e ele seja mesmo cassado. Neste caso, ironicamente, os advogados de Cunha usarão precedentes de próceres do PT para tentar evitar que o ex-presidente da Câmara caia nas mãos do juiz Sergio Moro. A ideia é pedir o mesmo tratamento de nomes como José Dirceu, que manteve o foro privilegiado no mensalão mesmo após perder o mandato.

Não deve surtir efeito: o próprio STF já decidiu inúmeras vezes depois do mensalão pela perda de foro no Supremo de autoridades que deixam de exercer mandatos. A regra valerá, inclusive, para a ex-presidente Dilma Rousseff.

DIA SEGUINTE

Advogados e procuradores divergem sobre eventual delação

Advogados e procuradores que atuam na Lava Jato têm avaliações diferentes sobre o que acontecerá caso Eduardo Cunha proponha fazer delação premiada para tentar atenuar sua pena nos processos a que responde. Defensores de outros réus da operação dizem que será muito difícil aos investigadores negarem o benefício a um personagem tão central – e tão bem informado. Já integrantes do Ministério Público dizem que o “arcabouço probatório” contra Cunha e a mulher, Claudia Cruz, é tão completo que ele terá de entregar algo muito substancioso contra figuras proeminentes da política para que valha a pena deixar de aplicar a seu caso uma pena alta e exemplar.

É PRA JÁ

Investigados da Greenfield já negociam colaborações

Se na Lava Jato levou um tempo até as delações premiadas se popularizarem, os investigados da Operação Greenfield já orientaram seus defensores a começar a negociar o benefício imediatamente, antes mesmo de começarem os indiciamentos.

FAST TRACK

Plano de concessões incluirá licenciamento ambiental prévio

O plano de concessões que o governo lança nesta terça-feira trará novas linhas de crédito dos bancos públicos, mudanças regulatórias e uma inovação que deve gerar polêmica: os projetos já terão licenciamento ambiental

prévio na publicação dos editais.

OTIMISMO MODERADO

Mercado vê plano de concessões com ressalvas

Empresas e entidades do setor de infraestrutura elogiam a forma como o plano foi estruturado sob a coordenação de Moreira Franco. Mas alertam que só quando as reformas andarem os investidores colocarão a mão no bolso. “Ninguém vai assumir um investimento de 30 anos com as condições atuais de juros e custo Brasil sem que o governo avance com as reformas”, diz José Carlos Martins, presidente da CBIC. O mercado também espera que o governo inclua saneamento e resíduos sólidos nos próximos lotes de concessões.

COMUNICAÇÃO

Propaganda tentará tornar reformas 'palatáveis'

As agências de publicidade que dividem a conta do governo apresentam nesta semana o briefing de uma campanha que tentará tornar as reformas da Previdência e trabalhista menos indigestas. A ideia é explicar a necessidade das mudanças e reduzir os ruídos de comunicação – causados por auxiliares de Michel Temer.



13 de setembro de 2016
Vera Magalhães, O Estado de S. Paulo

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