De acordo com o pedido de instauração de inquérito feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR), Lula tentou influenciar lideranças do Senado para esvaziar a Lava-Jato. A suspeita se baseia na delação do ex-senador Delcídio do Amaral, que diz ter se reunido com o ex-presidente e os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Romero Jucá (PMDB-RR) no Instituto Lula, em São Paulo, em meados de 2015. Nesse encontro, Lula “tentou persuadir os congressistas, que estão entre as mais ascendentes lideranças senatoriais, a criar, no Senado Federal, comissão de acompanhamento da Operação Lava-Jato, com a finalidade explícita de miná-la”.
Apesar de se tratar de um suposto complô armado contra a Lava-Jato, Teori Zavascki entendeu que o assédio de Lula aos parlamentares teria se “consumado no âmbito do Senado Federal, em Brasília”. “Nesse contexto, evidencia-se, em princípio, a inexistência de conexão necessária com os processos em trâmite na 13ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Curitiba”, escreveu o ministro em seu despacho de seis páginas assinado no último dia 8 de agosto.
CASO CERVERÓ – Essa é a segunda vez que Teori discorda da PGR num caso envolvendo o ex-presidente. Em junho, o ministro do STF mandou uma denúncia contra Lula, também por obstrução da Lava-Jato, para a Justiça Federal de Brasília. Os procuradores queriam que o processo fosse conduzido pelo juiz Sergio Moro. O ex-presidente se tornou réu por ter feito parte de um esquema para subornar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, numa tentativa de evitar a delação premiada do ex-dirigente.
Além de Lula, também são suspeitos de tentar frear a Lava-Jato a presidente afastada Dilma Rousseff, os ex-ministros José Eduardo Cardozo e Aloizio Mercado, os ministros Francisco Falcão, presidente do Superior Tribunal de Justiça, e Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, além do ex-senador Delcídio do Amaral. Todos se tornaram alvos de um inquérito no STF.
PARTICIPAÇÃO DE DILMA – No caso de Dilma, há duas suspeitas de crime. A primeira é a de que a petista teria blindado Lula contra o juiz Sergio Moro ao nomear o ex-presidente como ministro da Casa Civil. A segunda está relacionada com a tentativa de Mercadante de tentar evitar a delação de Delcídio. Segundo a PGR, essa investida “baseou-se, ainda, na invocação parcialmente cifrada, mas suficientemente clara, do respaldo da senhora presidente da República, Dilma Rousseff”. Os envolvidos negam ter praticado qualquer irregularidade.
Em sua decisão, Teori também determinou que sejam realizadas as 18 diligências propostas pelos procuradores. Dentre elas, estão o acesso às imagens dos circuitos de segurança do Palácio do Planalto, o depoimento do pecuarista José Carlos Bumlai e a análise no processo e no termo de posse do ex-presidente Lula na Casa Civil. O prazo para a coleta dessas provas varia de cinco até 90 dias, podendo ser estendido por mais tempo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A importante notícia foi enviada por José Carlos Werneck. Mostra que a denúncia de Lula deve ser encaminhada à 10ª Vara Federal Criminal do DF, a cargo do juiz Ricardo Augusto Soares Leite, que já preside o processo de Cerveró e está atuando com rigor ainda maior do que o juiz Sérgio Moro, pois transformou Lula em réu com muita celeridade. Isso significa que o magistrado deve aceitar a nova denúncia, e assim Lula passará a ter dois processos a responder. É melhor pedir logo o asilo na Embaixada do Uruguai.(C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A importante notícia foi enviada por José Carlos Werneck. Mostra que a denúncia de Lula deve ser encaminhada à 10ª Vara Federal Criminal do DF, a cargo do juiz Ricardo Augusto Soares Leite, que já preside o processo de Cerveró e está atuando com rigor ainda maior do que o juiz Sérgio Moro, pois transformou Lula em réu com muita celeridade. Isso significa que o magistrado deve aceitar a nova denúncia, e assim Lula passará a ter dois processos a responder. É melhor pedir logo o asilo na Embaixada do Uruguai.(C.N.)
21 de agosto de 2016
Thiago Bronzatto
Veja
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