Para o senador Cássio Cunha Lima, líder do PSDB, o comparecimento da presidente afastada na sessão de julgamento no Senado legitima todo o processo de impeachment. “Ela jogará por terra todo o discurso de que o processo é um golpe. Não existe golpe com a presença do golpeado”, ressaltou o representante da Paraíba.
Cassio disse que a presença da presidente afastada vai ampliar o placar em desfavor de Dilma, porque os senadores não se sentirão constrangidos. Pelo contrário, o líder tucano acha que Dilma é que irá se constranger com a situação, diante da abordagem dos “graves crimes” por ela cometidos. Por fim, ele afirmou esperar que não haja agressões e que trabalhará para garantir um julgamento “civilizado e respeitoso”.
Também o líder do PT no Senado, Humberto Costa, comentou que a presidente Dilma não está preocupada com a possibilidade de que senadores da base aliada do presidente Michel Temer venham a agredi-la verbalmente. “Isso não é um problema meu”, disse Dilma ao senador.
ACERTAR DETALHES – Aos senadores do PT que a visitaram na manhã de quinta-feira, para lhe propor uma espécie de “treinamento” antes do início da sessão de julgamento, a presidente afastada confirmou sua presença, no dia 29 na sessão em que fará sua defesa pessoal no processo.
A idéia dos senadores petistas é preparar na próxima semana um roteiro de perguntas para que a presidente afastada responda, simulando situações do julgamento. Encontraram-se com ela, no Alvorada, o líder Humberto Costa, além dos senadores José Pimentel, do Ceará, e Paulo Rocha, do Pará.
RITO DA SESSÃO – Eles conversaram com a presidente afastada sobre o rito da sessão de julgamento, que será presidida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski.
Humberto Costa disse que a presença da imprensa nacional e internacional certamente chamará atenção para o julgamento e, dependendo de como Dilma transmitir sua mensagem, poderá até influenciar alguns votos dos senadores.
O senador enfatizou que a participação de Dilma vai ser um ponto definitivo na narrativa desse processo. “Ela vai ter amplas condições de dizer, em viva voz, que não cometeu nenhuma irregularidade e o impeachment é injusto”.
21 de agosto de 2016
José Carlos Werneck
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