ASSESSOR TIRA CERVO DO ARMÁRIO
Ao tentar desmentir relatórios oficiais sobre desaparecimento de objetos da Presidência da República, publicados aqui, um assessor da presidente afastada, Dilma Rousseff, sem querer, acabou desvendando um dos maiores mistérios da República: o desaparecimento do cervo búlgaro, presente pessoal do governo daquele país à presidente filha de pai búlgaro.
O veadinho da Dilma estava dentro de um armário no Alvorada, entre tantos outros objetos pessoais da presidente.
O presente chegou a ficar por uns dias no gabinete da presidente. Só que o assessor não sabe é que o sumiço do veadinho foi denunciado, na época, por seus próprios antecessores no cargo.
Somente agora é que o assessor tirou o veadinho do armário para fotografá-lo e enviar uma cópia para a coluna, provando que ele nunca esteve sumido. E que, ao contrário do que foi publicado, o cervo não é de porcelana, mas de ferro fundido, banhado a ouro. Chiquérrimo!
Em suspense
Michel Temer pediu aos líderes da base no Senado que deixem para aprovar o aumento salarial dos ministros do Supremo, do procurador-geral da República e dos defensores públicos somente após o julgamento final do impeachment.
Depois das críticas de que havia concedido aumentos a diversas categorias devido à sua situação de fragilidade como interino, Temer decidiu que o melhor é que o novo pacote de bondades saia com ele já como presidente efetivo.
Dádiva
Do deputado Heráclito Fortes, que virou ouvidor-geral da Câmara esta semana:
— Eu queria mesmo era ser falador-geral!! Tem razão o deputado. Não foi por acaso que Deus o presenteou com aquela boca enorme e com a língua ferina.
Pegadinha
Informado pelo chefe do cerimonial do Itamaraty de que teria que receber os chefes de Estado antes do encerramento da Olimpíada, no Rio, ao lado de Serra, Rodrigo Maia, chamado pejorativamente de “alevino” pelo ministro, perguntou ao diplomata se poderia fazer a recepção sem ter o chanceler ao seu lado.
Vendo a cara assustada do interlocutor, o presidente da Câmara logo alegou que estava brincando.
Tchau, querida!
Nenhum petista dirá isso em público, mas predomina no partido o desejo de que Dilma Rousseff não demore a executar o projeto de passar uma temporada no exterior uma vez encerrado o julgamento do impeachment.
A distância facilitaria um pouco a vida dos candidatos da sigla nas eleições de outubro. Avaliam que seria bom para as duas partes.
Quanta inocência!
E a presidente afastada ainda alimenta a doce ilusão de que conseguirá, durante seu depoimento no Senado, constranger seus (suas) ex-ministros (as) senadores (as) que estão hoje do outro lado, invocando seus testemunhos sobre a lisura do governo a que serviram.
Como se essas pessoas, que já serviram e desserviram a tantos governos, tivessem algum tipo de constrangimento na vida.
Pró-Moro
Não são apenas os candidatos que estão com dificuldade de se adaptar à combinação de crise econômica, Lava-Jato e proibição de doações por empresas.
Mais de um marqueteiro conhecido já teve recusado o seu orçamento de campanha.
Os números foram considerados totalmente fora da realidade.
Bico grande
Marcus Pestana, da cúpula tucana, resume o mal-estar do partido com o governo:
“O PSDB quer ser parceiro e protagonista na reconstrução do país e não apenas caudatário, quer participar da formulação das estratégias do governo. O sucesso ou o fracasso será compartilhado. Se der errado, vamos juntos pelo ralo. Por isso a necessidade de sermos incorporados ao núcleo duro de Michel. Temos três presidenciáveis, sete senadores e grandes bancadas. Não somos um aliado qualquer. Nosso futuro está em jogo. Queremos estar no centro do poder”.
Lava-Jato
O que mais tem em Brasília é morto traçando o futuro, como se este lhe fosse alvissareiro.
21 de agosto de 2016
Jorge Bastos Moreno, Colena do Moreno, O Globo
Ao tentar desmentir relatórios oficiais sobre desaparecimento de objetos da Presidência da República, publicados aqui, um assessor da presidente afastada, Dilma Rousseff, sem querer, acabou desvendando um dos maiores mistérios da República: o desaparecimento do cervo búlgaro, presente pessoal do governo daquele país à presidente filha de pai búlgaro.
O veadinho da Dilma estava dentro de um armário no Alvorada, entre tantos outros objetos pessoais da presidente.
O presente chegou a ficar por uns dias no gabinete da presidente. Só que o assessor não sabe é que o sumiço do veadinho foi denunciado, na época, por seus próprios antecessores no cargo.
Somente agora é que o assessor tirou o veadinho do armário para fotografá-lo e enviar uma cópia para a coluna, provando que ele nunca esteve sumido. E que, ao contrário do que foi publicado, o cervo não é de porcelana, mas de ferro fundido, banhado a ouro. Chiquérrimo!
Em suspense
Michel Temer pediu aos líderes da base no Senado que deixem para aprovar o aumento salarial dos ministros do Supremo, do procurador-geral da República e dos defensores públicos somente após o julgamento final do impeachment.
Depois das críticas de que havia concedido aumentos a diversas categorias devido à sua situação de fragilidade como interino, Temer decidiu que o melhor é que o novo pacote de bondades saia com ele já como presidente efetivo.
Dádiva
Do deputado Heráclito Fortes, que virou ouvidor-geral da Câmara esta semana:
— Eu queria mesmo era ser falador-geral!! Tem razão o deputado. Não foi por acaso que Deus o presenteou com aquela boca enorme e com a língua ferina.
Pegadinha
Informado pelo chefe do cerimonial do Itamaraty de que teria que receber os chefes de Estado antes do encerramento da Olimpíada, no Rio, ao lado de Serra, Rodrigo Maia, chamado pejorativamente de “alevino” pelo ministro, perguntou ao diplomata se poderia fazer a recepção sem ter o chanceler ao seu lado.
Vendo a cara assustada do interlocutor, o presidente da Câmara logo alegou que estava brincando.
Tchau, querida!
Nenhum petista dirá isso em público, mas predomina no partido o desejo de que Dilma Rousseff não demore a executar o projeto de passar uma temporada no exterior uma vez encerrado o julgamento do impeachment.
A distância facilitaria um pouco a vida dos candidatos da sigla nas eleições de outubro. Avaliam que seria bom para as duas partes.
Quanta inocência!
E a presidente afastada ainda alimenta a doce ilusão de que conseguirá, durante seu depoimento no Senado, constranger seus (suas) ex-ministros (as) senadores (as) que estão hoje do outro lado, invocando seus testemunhos sobre a lisura do governo a que serviram.
Como se essas pessoas, que já serviram e desserviram a tantos governos, tivessem algum tipo de constrangimento na vida.
Pró-Moro
Não são apenas os candidatos que estão com dificuldade de se adaptar à combinação de crise econômica, Lava-Jato e proibição de doações por empresas.
Mais de um marqueteiro conhecido já teve recusado o seu orçamento de campanha.
Os números foram considerados totalmente fora da realidade.
Bico grande
Marcus Pestana, da cúpula tucana, resume o mal-estar do partido com o governo:
“O PSDB quer ser parceiro e protagonista na reconstrução do país e não apenas caudatário, quer participar da formulação das estratégias do governo. O sucesso ou o fracasso será compartilhado. Se der errado, vamos juntos pelo ralo. Por isso a necessidade de sermos incorporados ao núcleo duro de Michel. Temos três presidenciáveis, sete senadores e grandes bancadas. Não somos um aliado qualquer. Nosso futuro está em jogo. Queremos estar no centro do poder”.
Lava-Jato
O que mais tem em Brasília é morto traçando o futuro, como se este lhe fosse alvissareiro.
21 de agosto de 2016
Jorge Bastos Moreno, Colena do Moreno, O Globo
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