Apesar da irritação pela insistência dos senadores Acir Gurgacz (RO) e Lasier Martins (RS) em votar pela continuidade do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse à Época que vai aguardar para ver o comportamento dos dois senadores ao fim do processo, quando se decidirá em definitivo sobre o mandato da presidente afastada. Segundo Lupi, a orientação do partido é contrária ao impeachment e a punição possível para quem desobedecer a ela é a expulsão do partido. Lupi afirma que o assunto foi deliberado na convenção partidária e que “eles [Acir e Lasier] estão cientes”.
Procurado, o senador Lasier Martins desafia. À Época, ele afirmou: “Vou manter a coerência sobre meu voto, que está amparado no Artigo 33 da Lei do Impeachment. Ele [artigo] garante aos senadores o voto de consciência, sem as orientações partidárias ou de bancadas”. Já o senador Acir Gurgacz, embora procurado, não se manifestou.
HISTÓRICO – No dia 30 de maio, o PDT suspendeu os processos de expulsão dos senadores Lasier Martins (RS) e Acir Gurgacz (RO). Eles tinham votado a favor da admissibilidade do processo de impeachment no Senado, concorrendo para o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Segundo declarou o presidente da legenda, Carlos Lupi, a suspensão dos processos ocorreu porque votaram somente a favor da admissibilidade do processo, e não, ao menos por enquanto, pela saída definitiva de Dilma.“Vamos aguardar a votação do mérito”, disse Lupi naquela ocasião, acrescentando que Gurgacz se comprometeu a votar contra o impeachment de Dilma na votação decisiva.
Acontece que Gurgacz, líder do partido, e Lasier votaram contra Dilma. E a mais difícil é a situação de Lasier. Ele não só desafiou a posição do partido, como, num pronunciamento no final de abril, na tribuna do Senado, disse que deplorava “os rumos que vem tomando o meu partido sob a presidência de Carlos Lupi, que vem liderando o desvirtuamento do PDT”. E completou: ”Se Carlos Lupi ama Dilma, que case com ela! Mas deixe o PDT em paz.”
21 de agosto de 2016
Nonato Viegas
Época
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