"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 21 de agosto de 2016

BITTAR DIZ QUE MANDOU FAZER AS OBRAS NO SÍTIO DE ATIBAIA, MAS HÁ CONTROVÉRSIAS




Em Atibaia, sítio da família Lula virou “point” de manifestações
O empresário Fernando Bittar, sócio de um dos filhos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou à Polícia Federal, na quarta-feira, 16, que “parte das obras” no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP) – que para a Operação Lava Jato pertence ao petista – foram realizadas “em razão da necessidade de recepção do acervo presidencial do então presidente da República”.
Bittar é sócio de Fabio Luís Lula da Silva, o Lulinha, na BR4, holding que controla a Gamercorp – e dono oficial da propriedade rural que a Lava Jato diz pertencer a Lula. Além da suposta ocultação patrimonial, a força-tarefa de procuradores da República e delegados federais aponta que reformas realizadas em 2011 e 2014, no imóvel, pelas empreiteiras Odebrecht e OAS, ocultaram propinas do esquema Petrobrás.
Ouvido em São Paulo pelo delegado Márcio Adriano Anselmo, Bittar disse que as obras “foram realizadas diretamente” por ele, como “obras de segurança, instalação do gerador circuito fechado de TV”.
REFORMA DA COZINHA – O investigado confirmou que conheceu “Paulo Gordilho, funcionário da OAS, quando trataram da questão da reforma da cozinha do imóvel de Atibaia”. Para a Lava Jato, a nova cozinha instalada em 2014 foi um “benesse” concedida pela empreiteira, a mando do seu ex-presidente José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, como contrapartida por contratos da Petrobrás.
Bittar contou para a PF que a ideia de compra do sítio de Atibaia “surgiu numa reunião familiar” entre ele, seus irmãos e o pai, Jacó Bittar – ex-prefeito petista de Campinas, amigo de Lula desde a década de 1970 – “Para que pudessem se reunir E receber os amigos.”
Ele confirmou que o valor do imóvel, quando foi comprado em 2010 era de R$ 1,5 milhão, e que ele era composto por duas propriedades: o Sítio Santa Bárbara e o Sítio Santa Denise. Porém, disse que não dispunha na época do dinheiro para pagar o dono. Foi quando teria proposto ao seu sócio Jonas Suassuna, dono do Grupo Editora Gol, que adquirisse uma das partes do Sítio Santa Bárbara.
DINHEIRO DO PAI – Bittar afirmou à PF que a origem do dinheiro para compra de sua parte do sítio, correspondente a R$ 500 mil, foi feito com dinheiro emprestado pelo pai.
“Esses valores foram originados da conta bancária do pai do declarante para conta do declarante”, registrou a polícia, no termo. “Esses valores foram registrados como empréstimos que posteriormente foi lavrado um contrato de doação do valor.”
Ouvido pela PF, em março, um funcionário da família Bittar que diz cuidar das propriedades do pai e dos filhos, declarou não conhecer o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia. Celso Viera Prado, estava em outro imóvel rural registrado em nome de Fernando Bittar, no município de Manduri (SP). No depoimento de ontem, Bittar citou os imóveis que tem em Manduri. Segundo ele, o sítio seria vendido em 2010, para que ele pudesse comprar a propriedade em Atibaia. Mas a venda não foi realizada, após obter o empréstimo do pai e a parceria com o sócio.
SOCIEDADES – Bittar disse que é sócio das empresas Coskin, G4 e BR4, sendo esta última uma holding, com participação na empresa Gamecorp.
Procurado por meio de sua defesa, o empresário não foi localizado para comentar o depoimento do funcionário Celso Prado, de que ele não conhecia a propriedade em Atibaia.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Com esse depoimento, a situação de Fernando Bittar se complica. Será fatalmente incriminado como cúmplice em lavagem de dinheiro. Suas informações não batem. A força-tarefa não terá a menor dificuldade para denunciá-lo. Lula nunca levou para o sítio o “acervo presidencial”, que justificaria a reforma. A única coisa que Lula levou foi parte das garrafas de bebidas que trouxe de Brasília. Além disso, Bittar não pagou nenhuma das reformas nem a modernização da cozinha, encomendada por Marisa Léticia diretamente à OAS, com equipamentos iguais aos instalados na cozinha do triplex em Guarujá, mas foi só coincidência, é claro. A quantidade de furos no depoimento de Bittar é enorme. Além disso, seu irmão Kalil Bittar já entregou que Lula é o dono sítio em Atibaia: “Estou na casa daquela acumuladora chamada Marisa Letícia”, disse Kalil, num telefonema que foi grampeado.    (C.N.)


21 de agosto de 2016
Julia Affonso, Fausto Macedo e Ricardo Brandt
Estadão

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