Na verdade, a decadência do futebol brasileiro começou com a Lei 8.672 de 06/07/1993, conhecida como Lei Zico, sancionada pelo governo Itamar Franco, alterada pela Lei 9.615, de 24 de março de 1998 (Lei Pelé), cujo objetivo principal era extinguir o chamado sistema do passe. Os jogadores deixaram de ser propriedade dos clubes e passaram a atuar de acordo com contratos de trabalho, que têm um tempo determinado e valores de multas fixados em caso de quebra.
A mudança na legislação fez com que os clubes buscassem outras maneiras de continuar lucrando com a transferência de jogadores. Contratos mais duradouros, multas rescisórias mais elevadas foram algumas das alternativas aplicadas. E surgiram os “empresários”.
Um reflexo dessa nova realidade é a saída de atletas cada vez mais cedo de suas equipes. Com a chance de ganhar um salário maior e o sonho da projeção internacional, garotos de 18, 17, 16 anos deixam suas equipes antes mesmo da profissionalização. Em parte devido à influência de empresários, em parte devido à falta de profissionalismo do futebol brasileiro, que ainda possui uma série de equipes que não pagam em dia ou não respeitam os direitos dos jogadores e até mesmo por opção dos próprios atletas, já que a Lei facilita esse “êxodo”.
Além disso, os jogos televisionados em horários impróprios para quem mora longe dos estádios, a falta de condução, o ingresso caro e a violência são fatores que contribuíram para a decadência do nosso futebol.
Outrossim, nossos técnicos substituíram o futebol arte pelo futebol força alienígena.
10 de agosto de 2016
Paulo Peres
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