Na entrevista, Humberto Costa critica a própria presidente Dilma Rousseff. Disse que ela é uma pessoa que tem dificuldade de dialogar, de ouvir, e não se adaptou a um modo de fazer política que existe no Brasil.
Não há necessidade de acrescentar mais nada a esse tipo de confissão de parte de quem liderou a bancada de um governo que se encontra na véspera do desabamento.
De outro lado, a entrevista revela indiretamente que pelo menos uma parte do partido se distancia da liderança do ex-presidente Lula, que, em vez de içar a bandeira branca, fala em incendiar o país.
SÃO DUAS VERSÕES
Um romance com duas versões, de parte a parte. Do lado do PT, uma visão de aceitação da derrota, levantada por Humberto Costa. Outra versão, projetada pelo inconformismo de Dilma Rousseff e refletido no recurso desesperado do ministro José Eduardo Cardozo, ao recorrer a Waldir Maranhão, sonhando em anular o fato impossível de superar.
A versão mais importante, sob o ângulo político, sem dúvida é a transmitida pela bandeira branca colocada no mastro da legenda pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa. Representa um marco entre o presente de uma legenda que desmoronou e o futuro que se baseia na tentativa de reencontrar os objetivos que nortearam sua criação e sua aceitação nas urnas do país. Tarefa difícil, sem dúvida, mas não de todo impossível.
Impossível, mesmo, é o ato absurdo do deputado Valdir Maranhão.
DÚVIDAS DE TEMER
De parte do governo de Michel Temer, surgem as dúvidas quanto à composição do novo ministério. Reportagem de O Globo, manchete principal da edição de ontem, dá bem a ideia das dificuldades existentes, sobretudo a partir da escolha dos nomes que possuam vínculo com as tarefas que deverão desempenhar.
O texto é de Júnia Gama e Fernanda Krakovics. Mostra um problema praticamente intransponível, que é formar o ministério num presidencialismo de coalizão. São coisas da política brasileira.
10 de maio de 2016
Pedro do Coutto
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