"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 11 de março de 2016

SEIS MILHÕES DE MORTOS NO CONGO, E A MÍDIA OCIDENTAL SILENCIA...



As crianças são as maiores vítimas da guerra surda

















Um genocídio está a acontecer na República Democrática do Congo (RDC). Mais de 6 milhões de pessoas (das quais metade são crianças com menos de 5 anos!), foram massacradas, sob uma indiferença geral e com o apoio dos Estados Unidos e da Europa! 
Centenas de milhares de mulheres e de adolescentes foram violadas e mutiladas pelas tropas de ocupação. Isto com o único objetivo: para se apoderarem das riquezas minerais excepcionais que se encontram no subsolo do país…
Em pleno centro de África, o Congo é um país rico, cheio de matérias-primas (diamantes, ouro, estanho, gás, petróleo, urânio, acrônimo de colombite-tantalite…), florestas, água, mulheres e homens, múltiplas tribos reunidas numa nação desenhada por colonos, e que corresponde historicamente a nada. 
No seguimento do genocídio no Ruanda, os países vizinhos aproveitaram-se da incerteza político-institucional do Congo (país limítrofe do Ruanda), para atacar, de todos os lados, este gigantesco país cheio de tesouros.
E qual a reação dos Ocidentais face a isto?
POLÍTICA PRÓ-RUANDA
A culpa dos dirigentes americanos e europeus quanto ao genocídio da Ruanda, levou-os a optar por uma politica pró-Ruanda, deixando os rebeldes Ruandeses passar para o Congo, livremente, e podendo fazer o que querem, ajudados pelos aliados da Uganda e do Burundi…
É imprescindível salientar que as numerosas riquezas naturais do Congo são vitais para as economias ocidentais, especialmente, para os setores automóvel, aeronáutico, espacial, a alta tecnologia e a eletrônica, a joalheria… O acrônimo de colombite-tantalite sobretudo (o Congo possui 60% dos recursos mundiais), é essencial no fabrico dos componentes eletrônicos que encontramos nas televisões, nos computadores, nos smartphones e também em certas armas com o os mísseis!
O Congro sofre, igualmente, de um desflorestação maciça. E quais são os principais importadores? Os EUA, a Europa, a China, nada de surpreendente.
Como os conflitos parecem ser internos, dizendo unicamente respeito à África, ninguém pode acusar os EUA e as outras potências ocidentais de se aproveitarem dos recursos e das riquezas do Congo, uma vez que não fazem uma intervenção direta. Não há dúvida de que é muito mais prático deixar os povos matarem-se entre si. Em paralelo, os EUA apoiam as ditaduras que se sucedem no Congo e as milícias da Ruanda e da Uganda. É uma maravilha.
DESUMANIZAÇÃO
A pobreza mantida e as condições de vida miseráveis, as violações constantes (quando a taxa de Aids é superior aos 20%, nas províncias a Leste do país), a deslocação da população, os ultrajes, as epidemias etc. Trata-se de uma estratégia de desumanização usada para tornar as vitimas impotentes. Não existem palavras suficientemente duras para descrever esta terrível situação.
Serão os dirigentes ocidentais tão sedentos de riqueza, ao ponto de não intervir num novo genocídio? Sim! Aliás, não só não intervém, como escondem esse genocídio, ajudam com armas e permitem a observação dos treinos militares realizados pelas nossas elites.
Uma coisa é certa: o que se passa no Congo, dos negócios político-econômicos ao genocídio, nada é determinado, unicamente, pelos congoleses, tendo as potências da carnificina, ávidas de riqueza e sem consideração pelos povos, um papel determinante.
A situação no Congo será resolvida pelos congoleses, desde que a comunidade internacional pare de apoiar os ruandeses, os ugandeses e todas as milícias que perpetuam este estado de guerra insuportável. Ao apoiá-los, a comunidade internacional está a permitir-lhes a tomada das riquezas de um país, sem qualquer justificação.
O MUNDO SE CALA…
São 6 milhões de mortes, metade das quais, eram crianças pequenas. O mundo que se diz «livre» – ou seja, nós – tem a obrigação de encarar o que essa «liberdade» deixa acontecer. Por que tanta violência e tão pouco barulho por parte dos meios de comunicação?
Será que é suficientemente interessante para o ocidental médio? Não será suficientemente sensacionalista este massacre que se conta em milhões de pessoas? Será que é muito longe de «nossa casa»? Aplicam, mais uma vez, esta odiosa «lei da proximidade»? Qual o motivo da inexistência de reação? Não há qualquer impacto no imaginário coletivo? Nenhuma indignação? Nenhuma cólera? Nenhuma emoção?
A nossa obrigação como cidadãos do mundo é, portanto, de fazer circular esta informação, para que o mundo saiba, antes que algo mais aconteça. Existem culpados tanto em África como na Europa. O silêncio dos poderosos mata tanto como o barulho das metralhadoras. Ponhamos os assassinos face às suas responsabilidades.
Como podem 6 milhões de mortos serem absolutamente silenciados, sem qualquer repercussão midiática?
(artigo enviado pelo jornalista Sergio Caldieri)

11 de março de 2016
Deu no Rise Up
(Site português)

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