Os primeiros confrontos ocorridos em São Paulo são sintomas de o caldeirão social possa aumentar a temperatura, principalmente no próximo domingo, dia 13. Tudo que o país menos precisa nesse momento de crise política e econômica com reflexos na área social é o enfrentamento entre petistas e manifestantes nas ruas. Uma vez acendido o rastilho de pólvora, tudo poderá acontecer.
O líder metalúrgico conclamou a base para defendê-lo nas ruas. Ora, a defesa cabe ao suposto réu, no âmbito dos inquéritos e processos, se forem abertos. Vemos o drama dos refugiados sírios fugindo da guerra civil. Ninguém os quer na Europa, nem a dama de ferro alemã Angela Merkel. Cada um de nós sabe que o exílio é mortal para aqueles que amam sua pátria. Fora daqui onde nascemos, qualquer país nos receberá como forasteiros indesejáveis. Vejam o caso do candidato republicano Donald Trump, que propaga a vontade de expulsar dos EUA todos os mexicanos e muçulmanos caso seja eleito em novembro. O mar não está para peixe em lugar algum do globo.
Creio que estamos vivendo um novo período medieval, e isso constato quando uma senhora com tumor no útero não consegue atendimento na emergência nos hospitais do Distrito Federal. Aqui no Rio de Janeiro, a população não aguenta mais tanta falta de atenção. Um simples exame de raio X está levando meses; ressonância magnética, nem pensar. A situação nos hospitais públicos aproxima-se do colapso.
PRIMAVERA ÁRABE
Encaro nosso país com preocupação, quando relembro os fatos que originaram a Primavera Árabe e o posterior esfacelamento do poder constituído na Líbia. Kadaffi tinha seus defeitos, sim, era um ditador, mas os líbios desfrutavam de infraestrutura moderna, as tribos recebiam ajuda social e os jovens tinham bolsa para estudar na Europa e nos EUA, em função da receita abundante do petróleo. Pois bem, a partir de Benghasi, as potências ocidentais enviaram armas e treinaram grupos rebeldes para se insurgirem contra o governo. Quem poderia imaginar que em poucos meses, a Líbia fosse voltar aos tempos da Idade Média, tal a destruição da infraestrutura da capital Trípoli?
Hoje, dezenas de grupos comandam um pedaço do país, sem governo, sem comando, sem futuro, e até células do Estado Islâmico detêm parcelas do território da Líbia. A mídia não toma conhecimento do drama dos cidadãos líbios deixados a própria sorte. Quem jogou bombas destruidoras nos drones não toma conhecimento, estão preocupados agora em destruir outro país, a Síria, para tirar de Moscou o controle das bases navais na costa síria. A guerra fria está de volta, assombrando a humanidade.
E O BRASIL???
Alguns podem perguntar! E o que o Brasil tem a ver com isso. Respondo que tudo e mais alguma coisa. As guerras precisam mudar de continente, pois as atuais já se exauriram e seus efeitos começam a perturbar as nações europeias como um castigo por suas ações no Oriente Médio, ao se aliarem aos Estados Unidos para insuflar os movimentos rebeldes, que ao tomarem o poder se transformam em carrascos piores do que aqueles que foram derrubados, como Kadaffi e Sadam Hussein no Iraque.
O Estado Islâmico é um subproduto da guerra empreendida por Bush filho, assim como Bin Laden nasceu das linhas mestras de Bush pai no Afeganistão. Qual será a aproxima guerra de Donald Trump, caso seja eleito no final de ano?
11 de março de 2016
Roberto Nascimento
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