O presidente nacional do PT, Rui Falcão, defendeu o combate à corrupção, mas fez críticas à condução das investigações da Operação Lava Jato, afirmando que o partido está sendo prejudicado no processo. “O combate implacável à corrupção deve continuar, mas não de forma seletiva, sem o espetáculo midiático, não com a inversão do ônus da prova, não com prisões preventivas sendo objeto de coação para forçar delação”, disse Falcão.
Em entrevista coletiva à imprensa na sede do partido em Brasília, Falcão explicou que o PT sofre processo de “criminalização” por setores da sociedade. “Prossegue a escalada dirigida por setores conservadores, pela mídia monopolizada, por alguns partidos da oposição, tentando, como sempre, criminalizar nosso partido, de modo a fragilizar o governo da presidenta Dilma e atingir a popularidade do [ex-] presidente Lula.”
As declarações do presidente do PT ocorreram um dia após a prisão de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil e ex-presidente do próprio PT, no âmbito da Lava Jato. Falcão acrescentou que não há culpados até que sejam apresentadas provas.
SÃO INOCENTES
“Não estamos abandonando nenhum companheiro. Mas, independente disso, não se deve presumir a culpa. Para mim, qualquer pessoa que seja acusada, não só o Zé Dirceu, é inocente até que se prove o contrário.”
As declarações de Falcão vão ao encontro de uma nota divulgada hoje à tarde pelo partido.
“Se o princípio da presunção da inocência é violado, se o espetáculo jurídico-político-midiático se sobrepõe à necessária produção de provas […], se prisões preventivas sem fundamento são feitas e prolongadas para constranger psicologicamente e induzir denúncias […], não é a corrupção que está sendo extirpada. É um estado de exceção sendo gestado em afronta à Constituição e à democracia”, diz um trecho do comunicado.
A nota também faz críticas ao ataque contra o Instituto Lula, atingido por um artefato explosivo arremessado de dentro de um carro contra o local. “[O atentado] merece o repúdio de todos os democratas e exige das autoridades a identificação dos responsáveis e sua punição exemplar”. Na nota, o partido se diz “indignado” pela “conveniência silenciosa de certos meios de comunicação e partidos, que se dizem democráticos, com o atentado de caráter fascista”.
05 de agosto de 2015
Deu na Agência Brasil
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