Este é o 13° ano em que o PT está no governo do país e, soube-se agora, desde o primeiro momento do primeiro mandato do ex-presidente Lula foi estabelecido esse esquema de corrupção que perdurou até a Operação Lava-Jato da Polícia Federal descobrir, por acaso, numa investigação sobre lavagem de dinheiro, que o doleiro Alberto Yousseff havia dado de presente para um diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, um carro importado.
A partir daí o fio de uma trama inacreditável foi sendo puxado, e chegamos onde estamos hoje, na confluência do mensalão com o petrolão, que revela um governo montado na base da dominação do Estado brasileiro, financiado por um esquema de corrupção tão grande que o dinheiro desviado no mensalão não dá um Barusco, na definição do ministro do STF Gilmar Mendes, referindo-se aos quase U$ 100 milhões que o ex-gerente da Petrobras comprometeu-se a devolver aos cofres da União.
Bem que os petistas reclamavam de o mensalão ser chamado de “o maior escândalo de corrupção da História do país”. Sabiam do que estavam falando. Diante de tamanhas evidências, os petistas já desistiram de afirmar que o mensalão não existiu, e nem se atrevem a dizer o mesmo do petrolão.
Também já não abraçam os companheiros presos, especialmente o ex-ministro José Dirceu, cuja prisão foi uma pá de cal na incipiente tentativa de acusar o Ministério Público e a Polícia Federal de estarem perseguindo o PT e seu tesoureiro João Vaccari Neto.
Os dois são membros do aparelho político do PT e ficarão calados, como se calaram Delubio Soares e José Genoino. Mas o partido não tem mais onde se apoiar diante da avalanche de acusações que surgem a cada dia.
O programa de televisão, criado pelo marqueteiro João Santana, a ser exibido na quinta-feira dia 6, provavelmente só acirrará os ânimos, pois não há espírito no país hoje para que se engulam as promessas vãs que esse tipo de programa sempre exibe.
Assim também não foi à toa que o partido decidiu não apoiar explicitamente seu antigo presidente e líder José Dirceu, no pressuposto de que ele será fiel até o fim à lei do silêncio mafioso, mas também sabendo que apoiá-lo só piorará a imagem do partido, já suficientemente arranhada pelas revelações dos últimos 10 anos.
Como estão programadas diversas manifestações contra o governo Dilma para o próximo 16 de agosto, um domingo, o PT decidiu convocar suas manifestações em datas próximas para neutralizar os danos. A resolução do partido que renegou simbolicamente Dirceu conclama os petistas para a Marcha das Margaridas, de 11 e 12 de agosto, para o Ato Nacional pela Educação no dia 14 de agosto e para o Ato Nacional dos Movimentos Sociais do dia 20 de agosto.
Prevejo que o programa de televisão e mais essas passeatas só farão acirrar os ânimos. Esperemos que o bom-senso prevaleça entre os atordoados petistas.
05 de agosto de 2015
Merval Pereira
A partir daí o fio de uma trama inacreditável foi sendo puxado, e chegamos onde estamos hoje, na confluência do mensalão com o petrolão, que revela um governo montado na base da dominação do Estado brasileiro, financiado por um esquema de corrupção tão grande que o dinheiro desviado no mensalão não dá um Barusco, na definição do ministro do STF Gilmar Mendes, referindo-se aos quase U$ 100 milhões que o ex-gerente da Petrobras comprometeu-se a devolver aos cofres da União.
Bem que os petistas reclamavam de o mensalão ser chamado de “o maior escândalo de corrupção da História do país”. Sabiam do que estavam falando. Diante de tamanhas evidências, os petistas já desistiram de afirmar que o mensalão não existiu, e nem se atrevem a dizer o mesmo do petrolão.
Também já não abraçam os companheiros presos, especialmente o ex-ministro José Dirceu, cuja prisão foi uma pá de cal na incipiente tentativa de acusar o Ministério Público e a Polícia Federal de estarem perseguindo o PT e seu tesoureiro João Vaccari Neto.
Os dois são membros do aparelho político do PT e ficarão calados, como se calaram Delubio Soares e José Genoino. Mas o partido não tem mais onde se apoiar diante da avalanche de acusações que surgem a cada dia.
O programa de televisão, criado pelo marqueteiro João Santana, a ser exibido na quinta-feira dia 6, provavelmente só acirrará os ânimos, pois não há espírito no país hoje para que se engulam as promessas vãs que esse tipo de programa sempre exibe.
Assim também não foi à toa que o partido decidiu não apoiar explicitamente seu antigo presidente e líder José Dirceu, no pressuposto de que ele será fiel até o fim à lei do silêncio mafioso, mas também sabendo que apoiá-lo só piorará a imagem do partido, já suficientemente arranhada pelas revelações dos últimos 10 anos.
Como estão programadas diversas manifestações contra o governo Dilma para o próximo 16 de agosto, um domingo, o PT decidiu convocar suas manifestações em datas próximas para neutralizar os danos. A resolução do partido que renegou simbolicamente Dirceu conclama os petistas para a Marcha das Margaridas, de 11 e 12 de agosto, para o Ato Nacional pela Educação no dia 14 de agosto e para o Ato Nacional dos Movimentos Sociais do dia 20 de agosto.
Prevejo que o programa de televisão e mais essas passeatas só farão acirrar os ânimos. Esperemos que o bom-senso prevaleça entre os atordoados petistas.
05 de agosto de 2015
Merval Pereira
Nenhum comentário:
Postar um comentário