Quem quer bacalhau conspira em Portugal
O encontro, "por acaso", entre a Presidente Dilma Rousseff, o Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, e o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na cidade do Porto, em Portugal, foi apenas mais um capítulo da completa desmoralização institucional tupiniquim. A inocência de um acontecimento como estes só pode ser comparável à estratégia de defesa jurídica da Petrobras, no bilionário processo movido por investidores na Corte do Distrito Sul de Nova York. Alegar que a Petrobras foi vítima de um cartel de empreiteiras e de quatro ex-diretores confessadamente corruptos merece o título de piada jurídica do século 21.
Nem os mais crédulos lusitanos, craques em piadas de brasileiro, querem acreditar que Lewandowski pediu a Cardozo para aproveitar a escala do avião presidencial na cidade do Porto, para encontrar Dilma e tratar, apenas e tão somente, do "aumento salarial do Judiciário". No entanto, a Velhinha de Taubaté tem plena fé de que eles não trataram de assuntos polêmicos, tipo "operação Lava Jato" e muito menos do "risco de impeachment, se Dilma tomar no TCU por causa das pedaladas fiscais fora da lei".
Lá em NY, o juiz Jed Rakoff, que tem fama de mão pesada, determinou que a Petrobras e o escritório de advocacia norte-americano Pomerantz, que representa os investidores, apresentem, até quarta-feira que vem, as provas que usarão no processo - que deve ficar pronto para julgamento até 1o de fevereiro de 2016. Um dos maiores medos de Dilma Rousseff, ex-Presidente do Conselho de Administração da Petrobras, é que seu nome entrasse nesta ação. Águias do mercado financeiro apostam que, depois da recente visita ao presidente Barack Obama, a Presidenta do Brasil ficará de fora da encrenca.
A defesa da Petrobras tentará provar a lenda de que o comando da empresa “não tinha conhecimento do esquema", excetuando-se quatro funcionários: Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento), Renato de Souza Duque (ex-diretor de Engenharia e Serviços), Nestor Cerveró (ex-diretor Internacional) e Pedro Barusco (ex-gerente de Serviços). Além de pregar que foi vítima do "cartel criminoso", a estatal de economia mista garante que "nunca pagou propina a ninguém" - o que formalmente teria ares de veracidade, não fossem as diversas "colaborações premiadas" nos processos da Lava Jato, comprovando como a grana de negociatas era paga de forma indireta, e não direta, pela máfia que atuava na empresa, de forma dolosa ou culposa.
O advogado Jeremy Lieberman, da Pomeranz, pretende provar o contrário. Investidores reclamam que a Petrobras infringiu as normas da Securities and Exchange Commission (SEC, o xerife do mercado de capitais dos EUA) ao divulgar balanços inflados por corrupção. Também denunciam a estatal por não ter criado um eficiente sistema de compliance (de governança corporativa) capaz de identificar os esquemas de suborno e corrupção em várias diretorias. Além disso, sustentam que o alto comando da companhia sabia dos esquemas e não faz nenhuma ação para mitigar os desvios.
PTs da vida ficaram os investidores brasileiros. Só os norte-americanos terão direito à indenização. Quem não for dono local de ADRs precisará arranjar uma melhor utilidade para seus papéis... Os brazucas terão de brigar por aqui. Se quiserem ver a cor de algum dinheiro perdido, terão de recorrer ao tribunal arbitral da BM&F Bovespa. Pelo menos é o que está escrito no Estatuto da petrolífera... Aquele mesmo que determina que diretores e conselheiros de administração são responsáveis por todos os atos da empresa.
A Velhinha de Taubaté acredita, piamente, que, na bolsa, terá uma vitória retumbante como a que a seleção brasileira obteve, na Copa de 2014, contra a seleção da Alemanha. Minorotário não aprende a lição...
Enfim, a regra é clara: Quem prefere Bacalhau conspira em Portugal. Já quem só tem Pirarucu aguarda a fritura no TCU...
Releia o artigo: Vamos de Sérgio Moro ou seguimos de Al Capone?
Doença incurável?
Frase para entrar para os anais institucionais:
"Tem gente que até consegue parecer curada de câncer, mas a metástase da corrupção impregnou de forma veloz as instituições do País".
É dando que se recebe?
Poder Instituinte é isso aí...
O Coronel Paulo Cesar Romero Castelo Branco, famoso colecionador de raridades, encontrou esta no raridade no baú de sua sogra de 96 anos.
Trata-se de uma carta datilografada por Izidoro Dias Lopes, General Chefe do Governo Provisório, em 26 de julho de 1924, um dos marcos da Revolução de 1924.
É uma homenagem à histórica coragem e honra dos segmentos esclarecidos do povo paulista.
A gente somos...
Do médico Paulo de Tarso Abrão, uma reflexão enviada a carta de leitores dor jornalões:
" Vendo o País hoje, me lembro da música que fez sucesso nos anos 80 do grupo Ultraje a Rigor, chamada Inútil, que diz entre outras coisas: a gente não sabemos escolher presidente, a gente joga bola e não consegue ganhar, inútil, a gente somos inútil!".
Direito e Justiça em Foco
O desembargador Laércio Laurelli recebe, neste domingo, às 22 horas, na Rede Gospel, o advogado Ricardo Sayeg fala sobre a hegemonia humanística do direito dos advogados
Documentário relevante
Vale a pena assistir ao documentário "Antonio Salas. El Palestino: Historia de un infiltrado", produzido pela Antena 3 - que clama pela liberdade dos presos políticos e pede paz na Venezuela dominada pela ditadura bolivariana do Foro de São Paulo.
Acorda
Repeteco
Notinha publicada neste Alerta Total, em 1 de março de 2015, que, infelizmente, continua atual: "E a Medalha, General?"
Kamarada Carlos Azambuja faz uma cobrança incômoda e absolutamente legalista à caserna:
"Algum Kamarada sabe dizer quando é quer os senhores Comandantes Militares irão anular a concessão e irão solicitar a devolução das medalhas concedidas a José Dirceu e José Genoino, condenados pelo STF? Ou melhor, quando é que os senhores Comandantes irão cumprir a Lei?".
Karo Kamarada Azamba: Você e todo mundo começam a cobrar quando o Exército vai mostrar, de fato, que o hegemônico ainda é o de Caxias, porque os outros "exércitos" nazicomunopetralhas estão se armando e treinando como nunca para sua "Revolução dos Bichos"...
O Caso das Medalhas é um absurdo desrespeito à Lei, e um mau exemplo patético de carência de honra pelas instituições militares.
E não adianta os Generais da ativa ficarem pts da vida com essa reivindicação moral, pois, do contrário, vai parecer que estão alinhando suas vidas com o PT...
O caído e o caiado
11 de julho de 2015
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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