A justificativa das estatais e do governo federal para praticamente subsidiar a revista da CGTB (Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil) é uma piada digna do programa Fantástico, da TV Globo.
Um longo documento foi publicado no site da Central Única dos Trabalhadores (CUT) (http://clipping.planejamento.gov.br/Noticias.asp?NOTCod=275584) sobre essa revista.
Em sua última edição, com a tiragem de 30 mil exemplares, teve 7 das 12 páginas de anúncios pagos por entidades ligadas ao governo. Ou seja, a revista foi editada com o dinheiro dos impostos pagos pelo povo brasileiro. O ex-ministro José Dirceu foi foco de uma reportagem que ocupou cinco páginas com o título de “Dirceu, Guerreiro do Povo Brasileiro”, matéria de puxa-saquismo explícito!
A desconhecida revista “CGTB”, criada há cerca de 20 anos e com apenas 17 edições publicadas conseguiu no governo Lula formar uma carteira de anunciantes com as principais empresas estatais (Caixa Econômica Federal, Petrobrás, Eletrobrás, Banco do Brasil, Sebrae, Ministério da Educação, Correios e Furnas Centrais Elétricas).
O anúncio em página interna custa cerca de 10 mil reais e a contra-capa vale aproximadamente 20 mil.
As reportagens destacam realizações e promessas do governo Lula, defendem petistas acusados de corrupção, idolatra outros – como foi o caso do kamarada José Dirceu, então Chefe da Casa Civil – e critica a imprensa em geral. Oito ministros do governo Lula aparecem em fotos ou reportagens. O então presidente Lula foi aquinhoado com 5 fotos.
A justificativa das estatais e do governo federal para praticamente subsidiar a revista da CGTB é parecida: uma estratégia de marketing... Somente o Banco do Brasil fugiu do padrão: informou ter suspendido os patrocínios em julho de 2005 quando o diretor de marketing, Henrique Pizzolato – um dos 40 quadrilheiros denunciados pelo Procurador-Geral – deixou o cargo. Esse mesmo Pizzolato foi candidato a deputado federal pelo... PT, depois condenado, e agora se encontra foragido e preso na Itália!
Finalmente, a Secom, ouvida pela reportagem da Folha de São Paulo, destacou que o investimento não teve conotação política e obedeceu a uma necessidade mercadológica, o que é uma piada digna do programa Fantástico, da TV Globo.
08 de junho de 2015
Carlos I.S. Azambuja é Historiador.
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