"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 2 de junho de 2015

NOVO BRAÇO CORRUPTO NO PETROLÃO



JORNAL VALOR DESMASCARA NOVO BRAÇO CORRUPTO DO PETROLÃO, A DIRETORIA INTERNACIONAL DA PETROBRaS

Não parecem ter fim as roubalheiras ocorridas na Petrobrás, sempre envolvendo altos funcionários e ate baixos funcionários da estatal, que parece ter virado um covil de ladrões. A reportagem a seguir do jornal Valor, coloca no foco alguns personagens que aparecem muito pouco, mas esclarece mais uma vez de que modo a corrupção na Petrobrás começou de modo sistemático durante o governo Lula, do PT. Os personagens da história são todos ligados ao PT e aos governos Lula e Dilma.Nas novidades contadas por André Guilherme Vieira e Claudia Schuffner, surgem personagens de conto de aventuras, o ex-funcionário Raul Schmidt Felippe Júnior, que aparece como elo de ligação com ex-diretor da área Internacional da Petrobrás, Jorge Luiz Zelada. Na reportagem, o leitor perceberá a existência de valores milionários - em dólar - depositados em bancos da Suiça, tudo por conta de Renato Duque, do próprio Schmidt, que agora mora em Genebra, onde mantém com Zelada a empresa de energia solar TVP.  

Desta vez, o lobista lava dinheiro com produções brasileiras de cinema. 

Essa gente do Petrolão adora assessoria de imprensa, gráfica, estúdios, consultorias, obras de arte e produções de cinema.

Isto não acontece por acaso.

Leia toda a reportagem, que é exclusiva e traz informações preciosas e completamente novas sobre o Petrolão:

O ex-funcionário da Petrobras Raul Schmidt Felippe Júnior, que mantém negócios privados com o ex-diretor de Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada, é suspeito de ter investido em produções cinematográficas para lavar dinheiro proveniente de corrupção na petrolífera, apurou o Valor. As relações mantidas entre Schmidt e Zelada recolocaram o ex-executivo da área Internacional no foco da Operação Lava-Jato.

Schmidt foi produtor executivo do filme "Jean Charles", realização anglo-brasileira de 2009 orçada em R$ 8 milhões, dirigida por Henrique Goldman e protagonizada pelo ator Selton Mello.

Como produtor executivo, Schmidt não esteve envolvido em aspectos técnicos da obra e participou como investidor. O filme narra a trajetória do brasileiro confundido com terrorista e assassinado pelo serviço secreto inglês no Metrô de Londres em 2005. Foi produzido pelo diretor britânico Stephen Frears e contou com R$ 900 mil do Polo Cinematográfico de Paulínia (SP), onde ocorreu parte das filmagens.

Raul Schmidt também pagou cerca de R$ 300 mil para coproduzir o documentário nacional "Simonal - Ninguém Sabe O Duro Que Dei", lançado em abril de 2009 no Brasil e dirigido pelo ator Cláudio Manoel dos Santos, por Micael Langer e Calvito Leal. Schmidt mora na Suíça e se apresenta como mecenas e colecionador de arte. Mas figura na Operação Lava-Jato como lobista de estaleiros como o da Samsung Heavy Industries e é investigado por atuar em contrato firmado pela empresa coreana com a Petrobras - auditoria interna da estatal constatou superfaturamento de R$ 118 milhões. A Samsung construiu um navio-sonda sob encomenda para a Pride Internacional, que foi alugado pela estatal brasileira.

Segundo documentos enviados por autoridades do Principado de Mônaco ao Brasil, Schmidt pode ter intermediado transação financeira para depósito de US$ 2 milhões em conta do banco Julius Baer, cujo beneficiário seria Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras. Duque é réu por corrupção e lavagem e está preso em Curitiba por ocultar patrimônio não declarado na Suíça e tentar transferir € 20 milhões para Mônaco.

Famoso por seu trabalho humorístico na televisão, Cláudio Manoel disse ao Valor que foi apresentado a Raul Schmidt em 2008, no Rio: "Conheci ele numa social dessa de artista. Na casa de algum amigo em que eu estava mostrando o 'copião' do filme. Ele era casado com a [atriz] Drica Morais. Depois ele me procurou um dia e disse que tinha realizado o sonho dele de ser colecionador de arte britânica. Que tinha feito plataformas de petróleo redondas na Noruega, vendido para a China, ganhado muito dinheiro e que queria investir em cinema. Tentou entrar na [produtora de audiovisual] TV Zero. Faltava cerca de R$ 300 mil e ele falou que botava o dinheiro". Schmidt pagou diretamente à produtora, disse Cláudio Manoel: "Ele pagou a finalização que eles [da produtora] fizeram. O orçamento e o pagamento foram deles e para eles. Não vi a cor desse dindim", disse. "Quero deixar claro que o único contato que tenho com a Petrobras é pelo posto de gasolina".

Nenhum representante da TV Zero foi localizado no fim de semana para comentar o episódio.

Schmidt começou na Petrobras como funcionário de nível médio. Foi inspetor de plataformas na Bacia de Campos (RJ), onde conheceu Jorge Zelada. Passou temporada no exterior como empregado da Brasoil, subsidiária da Braspetro. Foi em 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente, que Schmidt se aproximou do PT e de José Dirceu, dizem fontes que acompanharam sua ascensão profissional. Tirou a sorte grande quando conseguiu que a Sevan Marine, desconhecida empresa norueguesa da qual ele se declara cofundador, assinasse com a Petrobras contrato para construção de uma plataforma cilíndrica - conhecida como monocoluna, modelo conceitual patenteado na Noruega sem testes industriais. Fez sucesso na petrolífera.

Schmidt presidia a subsidiária brasileira da Sevan Marine AS na Noruega desde que ambas foram criadas, em 2001. Em novembro de 2004, mesmo ano em que a Sevan abriu capital, a Petrobras anunciava a utilização da plataforma cilíndrica no campo de Piranema, na costa de Sergipe, em um contrato de longo prazo.

A plataforma "redonda" entrou em operação em setembro de 2007 com investimento de R$ 2,4 bilhões. Lula foi à cerimônia de inauguração.


Hoje Schmidt e Jorge Zelada integram o conselho da TVP Solar, empresa suíça registrada em Genebra como produtora de painéis solares. A Lava-Jato possui documentos que atribuem a Zelada € 10,8 milhões congelados em Mônaco em conta da offshore Rockfield International. O dinheiro está no mesmo banco em que os órgãos de inteligência bloquearam € 18,7 milhões de conta que afirmam pertencer a Renato Duque. Entre os papéis enviados ao Brasil há cópia do passaporte de Zelada. Raul Schmidt apresentou Duque e Zelada a funcionários do banco Julius Baer que abriram as contas, segundo o ex-braço direito de Duque na Petrobras, Pedro Barusco, delator da Lava-Jato. 

02 de junho de 2015
in políbio braga

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