PLANALTO TENTA BOICOTAR LIDERANÇAS REBELDES DO PT NO CONGRESSO
Os tempos difíceis vividos pelo PT, pressionado por sucessivos escândalos de corrupção e tendo que lidar com uma agenda macroeconômica que é a antítese do pensamento petista, têm rebaixado figuras proeminentes da legenda a um plano secundário no debate parlamentar. Eles mantêm a capacidade de formulação, mas pouco têm sido ouvidos no momento de tomadas de decisões estratégicas.
O ostracismo alcançou nomes históricos, como os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP), Alessandro Molon (PT-RJ) e Paulo Teixeira (PT-SP). Já o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) deixou o cargo de vice-líder do governo após apoiar a aprovação de uma nova regra para o fator previdenciário.
TAMBÉM NO SENADO
No Senado, o fenômeno atinge Paulo Paim (PT-RS), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Walter Pinheiro (PT-BA). Sem chances políticas futuras, a senadora Marta Suplicy, de São Paulo, deixou o PT e vai se filiar ao PSB. Na semana que passou, ela obteve uma importante vitória após a decisão do Supremo Tribunal Federal de que os mandatos majoritários — senador, prefeito, governador e presidente da República — pertencem ao candidato, não à legenda. Com isso, o PT não pode requisitar o mandato dela para dá-lo ao segundo suplente.
Segundo apurou o Correio, boa parte destes parlamentares — senão a totalidade — vive um processo de desencantamento com os rumos da legenda e do próprio governo. No Senado, especialmente, é total. “Nem mesmo os senadores que têm votado com o governo agem desta forma por convicção. É mais um sentimento de que precisamos ajudar o governo do que uma convicção de que as medidas estão as alinhadas ao ideário petista”, disse um importante articulador do PT na Casa.
02 de junho de 2015
Paulo de Tarso Lyra
Correio Braziliense
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