"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

A MISÉRIA DA EDUCAÇÃO E A EDUCAÇÃO DA MISÉRIA

Todo dia, leitores me enviam relatos sobre a hegemonia marxista nos ambientes acadêmicos. Há exceções, claro, mas são isso mesmo. A coisa funciona mais ou menos assim:

1) cursos voltados para Educação intoxicam universitários com conteúdo marxista e explicações simplistas da realidade;

2) professores licenciados, elevados à condição de intelectuais orgânicos, vão para as salas de aula do ensino fundamental e médio ensinar o que aprenderam.

É a miséria da Educação. Ao longo do curso foram instruídos para serem agentes de uma “educação libertadora”, na qual o adjetivo é muito mais importante do que o substantivo. 

Aprenderam direitinho a conduzir seus alunos através dos estágios da investigação, da tematização e da problematização, tendo em vista fazê-los protagonistas da transformação da sociedade. Desde essa perspectiva, atividades escolares que enfatizem o conteúdo das disciplinas são uma rendição às “exigências do mercado” e indisfarçada posição de direita, certo? 
Então, ensinam-se convenientes versões da história, uma geografia política muito política, pouca matemática e se reverencia a linguagem própria do aluno. Consequência: mais de meio milhão tiram zero na redação do ENEM. Tais professores julgam perfeitamente honesto serem pagos para isso. 
Consideram absurdo que lhes pretendam cobrar desempenho. Julgam-se titulares do direito de fazer a cabeça dos alunos. Desculpem-me se repeti o que todos sabem, mas era necessário ao que segue.

Qual o produto dessa fraude custeada pelos impostos que pagamos como contribuintes à rede pública ou como pais à rede privada de ensino? Se você pensa que seja preparar jovens para realizarem suas potencialidades e sua dignidade, cuidando bem de si mesmos e de suas famílias, numa integração produtiva e competente na vida social, enganou-se. 

Ou melhor, foi enganado. O objetivo é formar indivíduos com repulsa ao “sistema”, a toda autoridade (inclusive à da própria família) e às “instituições opressoras impostas pelo maldito mercado”. 
Se possível, recrutar e formar transgressores mediante anos de tolerância e irresponsabilidade legalmente protegida, prontos para fazer revolução com muita pedrada e nenhuma ternura.

Se tudo der certo, o tipo se completa com um boné virado para trás, um baseado na mochila e uma camiseta do Che. A pergunta é: quem quer alguém assim na sua empresa ou local de trabalho? 
Em poucos meses, essa vítima de seus maus professores, pedagogos e autoridades educacionais terá feito a experiência prática do que lhe foi enfiado na cabeça. 
Ele estará convencido de que “o sistema” o rejeita de um modo que não aconteceria numa sociedade igualitária, socialista, onde todos, sem distinção de mérito ou talento, sentados no colo do Estado, fazem quase nada e ganham a mesma miséria.

É a educação da miséria. Os intelectuais orgânicos que comandam o processo não se importam com o para-efeito do que fazem. O arremedo de ensino que criaram cristaliza a desigualdade, atrasa o país, frustra o desenvolvimento humano de milhões de jovens e lhes impõe um déficit de formação dificilmente recuperável ao longo da vida. 
De outro lado, quem escapa à sua rede de captura e vai adiante estudará mais e melhor, lerá mais e melhor, investirá tempo no próprio futuro e, muito certamente, criará prosperidade para si e para a comunidade. 
O mercado separará o joio do trigo. No tempo presente, as duas maiores causas dos nossos grandes desníveis sociais são: a drenagem de 40% do PIB para o setor público e a incompetência que a tal “educação libertadora” e a respectiva ideologia impuseram ao ensino no Brasil.

10 de junho de 2015
Percival Puggina

Um comentário:

  1. Os Professores do Estado de Goiás: Um pedido de socorro

    É muito triste notar a humilhação que os nossos governantes nos submetem! É terrificante quando chega o dia do pagamento, dia que deveria ser o coroamento de um mês de muito trabalho, suor e muitas, muitas vezes lágrimas, observar no semblante dos últimos heróis de uma nação há muito saqueada, roubada, pilhada, a expectativa e a dor de soldo que talvez que, talvez venha, talvez não! Não há empatia para com os mestres da nação! Não há afinidade com os construtores de cidadania! Há sim uma implicância cruel, desonesta, maldosa com uma classe que há muito foi despojada do seu lugar de direito: Rainha das profissões. Fomos reputados como não-essenciais, sem-importância e sim, desprezíveis. Quantos num dia como hoje estão esperando pelo seu vencimento afim de liquidar dívidas contraídas a um mês para que possa, novamente se endividando, seguir a caminhada por mais uma fatídica jornada mensal! Ao contrário da letra da música tão disseminada, este não é um "país que vai pra frente"! E como poderia ir se os motivadores desta Terra (os professores) há muito foram esquecidos e exilados em sua própria nação! Terra gigante mas, gestores anões! Terra de dinheiro mas, somente para alguns! Terra paradisíaca mas, sem lei para todos! Gigante que dorme e não vê os maus-tratos que se impõem aos seus filhos! Terra de grileiros! A tua morte, Brasil, ocorre no cortejo fúnebre dos teus mestres!
    Marco Aurélio, Professor e Mestre em Matemática.

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